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Temer diz que conclusão de obras paradas vai custar 'apenas' R$ 1,8 bilhão

Presidente em exercício afirmou que valor se refere à retomada e conclusão de 1.519 obras de infraestrutura, incluindo o Programa Minha Casa Minha Vida

Foto do author Eduardo Rodrigues
Por Bernardo Caram , Carla Araujo e Eduardo Rodrigues
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente em exercício, Michel Temer, afirmou nesta quinta-feira, 11, que a retomada e conclusão de 1.519 obras de infraestrutura que estavam paradas vai custar "apenas" R$ 1,8 bilhão. Essas obras abrangem vários projetos, incluindo o Programa Minha Casa Minha Vida.

O presidente em exercício disse que "há coisas que são de uma leveza orçamentária extraordinária". Ele citou o exemplo recente da autorização que deu para aviões da Força Aérea transportarem órgãos para transplante. "O governo tem que ser criativo", disse.

Presidente em exercício Michel Temer Foto: Estadão

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De acordo com o peemedebista, o governo fez um mapeamento das obras inacabadas e paralisadas. Segundo o balanço do ministério, o governo afastado da presidente Dilma Rousseff deixou 50,2 mil residências com obras paralisadas. 

Em discurso a empresários da construção civil no Palácio do Planalto, ele ressaltou que a Caixa tem apoio indispensável e não pode "trancar recursos". Segundo Temer, esse é um governo que não tem preconceitos e quer unir as classes sociais. "Esse evento de hoje é um exemplo muito claro, une empresários e trabalhadores", disse, propondo uma soma de esforços do setor privado e do governo para uma nova realidade.

Novas unidades. O ministro das Cidades, Bruno Araújo, anunciou que as contratações da nova faixa 1,5 do programa Minha Casa Minha Vida devem começar em 1º de setembro. Essa faixa atende famílias com renda bruta mensal limitada a R$ 2.350. 

Segundo a pasta, na nova modalidade a família contará com subsídios de até R$ 45.000, conforme renda e localização do imóvel, além de juros reduzidos. Para a faixa 1,5, de acordo com os dados do Ministério das Cidades, serão destinados R$ 3,8 bilhões. 

Araújo também afirmou que o governo vai contratar mais de 600 mil unidades do programa Minha Casa Minha Vida em 2017. Segundo o ministro, novas contratações da faixa 1 só serão abertas quando todas as obras paralisadas forem concluídas, o que só deve acontecer em 2017. Ele se comprometeu a zerar o estoque de obras paradas do programa num prazo de dez meses. 

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"Depois que concluirmos 100% da retomada das obras paralisadas falaremos em novas contratações da faixa 1. Esperamos retomar tudo em sete meses", afirmou, após cerimônia no Palácio do Planalto com empresários do setor da construção civil. 

De acordo com Araújo, serão 40 mil imóveis da faixa 1,5, 400 mil das faixas 2 e 3, 100 mil do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), 35 mil para entidades rurais e 35 mil entidades urbanas.

O ministro detalhou que os recursos para o lançamento da faixa 1,5 são oriundos do FGTS e têm pequena participação do Tesouro Nacional. Já a retomada das obras paralisadas da faixa 1 acontecem com dinheiro antes alocado para mobilidade e saneamento, mas que não estava sendo utilizado e, portanto, foi remanejado pelo ministério. "Nós assumimos as obras paralisadas; coube ao presidente Temer a tarefa de equalizar e retomar", disse, ressaltando que a paralisação se deu por falta de recursos que agora estão sendo priorizados. 

Apoio. Antes do discurso de Temer alguns representantes do setor usaram a tribuna do Salão Nobre do Palácio do Planalto para tecer elogios "a capacidade de liderança" de Temer e manifestar apoio ao seu governo.

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O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Rodrigues Martins, disse que em nome da entidade queria manifestar o apoio ao governo e as medidas propostas por ele para recuperar a credibilidade. "A construção civil apoiará tudo que favoreça (o país)", disse.

Martins disse ainda que os empresários encontraram em Temer, e na equipe que montou, a liderança capaz. "Uma liderança capaz de aproveitar o momento histórico para construir mudanças", disse.

O presidente do sindicato da construção civil de São Paulo, Antonio de Sousa Ramalho, também fez elogios a Temer em seu discurso. "Não tenho dúvidas de que vossa excelência será o líder maior a frente da roda do desenvolvimento", disse.

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O ministro das Cidades, Bruno Araújo, ao fazer o anúncio de que a pasta vai retomar 10 mil unidades do Programa Minha Casa, Minha Vida, também fez elogios ao presidente em exercício, e afirmou que assistiu muitas cerimônias no Planalto com projetos que não saíam do papel e que agora sabia que essa realidade "iria mudar".

O fim do evento, Temer foi abordado por muitos empresários, recebeu abraços e tirou várias 'selfies' até subir a rampa que leva a seu gabinete.

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