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Temor com crédito e inflação pressiona bolsas da Ásia e Europa

Já frágil com o petróleo, confiança dos investidores é arrasada pela perspectiva de novas baixas contábeis

Por Daniela Milanese , Carlos Lo Prete e da Agência Estado
Atualização:

Com o nervosismo nas alturas, os mercados internacionais refletem na manhã desta terça-feira, 8, os fortes temores sobre o setor financeiro nos Estados Unidos. A confiança dos investidores, já muito frágil pela recente disparada do petróleo, é arrasada pela perspectiva de novas baixas contábeis e prejuízos decorrentes da crise de crédito. Veja também:Preço do petróleo em altaA crise dos alimentosCronologia da crise financeira As bolsas européias registram quedas acentuadas, superiores a 2%, seguindo o comportamento das praças asiáticas. Na busca por segurança, os alvos são o iene e os Treasuries. Surpreendentemente, o petróleo segue calmo e continua caindo, após um comunicado do G-8 expressar "forte preocupação" com a alta das commodities. Como a safra de balanços do setor financeiro dos EUA está apenas começando, os investidores já se preparam para um ambiente de volatilidade constante. Às 7h05, a bolsa de Paris perdia 2,28%, seguida por Frankfurt (-2,27%) e Londres (-2,24%). Na Bolsa de Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 3,2% e fechou aos 21.220,81 pontos. Nos mercados da China, pelo segundo dia seguido as ações das companhias aéreas ajudaram o mercado a fechar em alta. O índice Xangai Composto subiu 0,8% e fechou aos 2.814,95 pontos. Já o Shenzhen Composto subiu 1,2% e fechou aos 857,40 pontos. Após um breve alívio na segunda-feira, a Bolsa de Tóquio voltou a registrar queda. O índice Nikkei 225 chegou a ficar abaixo dos 13 mil pontos durante o dia, pela primeira vez nos últimos três meses, mas encerrou aos 13.033,10 pontos, com queda de 326,94 pontos, ou 2,5%. Na Coréia do Sul, quedas em papéis do setor financeiro e de empresas exportadoras levaram a bolsa a fechar em baixa. O índice Kospi da Bolsa de Seul caiu 2,9% e fechou aos 1.533,47 pontos, nível mais baixo desde abril do ano passado. Em Taiwan, o índice Taiwan Weighted da Bolsa de Taipé caiu 3,9% e fechou aos 7.051,85 pontos, patamar mais baixo desde novembro de 2006. Nas Filipinas, o índice PSE Composto da Bolsa de Manila subiu 1,5%.Já na Austrália, o mercado de ações caiu para seu nível mais baixo desde agosto de 2006. O índice S&P/ASX 200 da Bolsa de Sydney caiu 1,4% e fechou aos 4.932,9 pontos. BHP Billiton caiu 0,6% e Rio Tinto subiu 0,2%. A Bolsa de Cingapura também recuou. O índice Straits Times caiu 1,6% e fechou aos 2.886,62 pontos. Na Indonésia, o índice composto da Bolsa de Jacarta cedeu 1,1% e fechou aos 2.278,97 pontos. Na Tailândia, o índice SET da Bolsa de Bangcoc perdeu 1,1% e fechou aos 722,50 pontos. As tensões com o setor financeiro dos EUA foram ressurgindo aos poucos ao longo das últimas semanas. Agora, o acúmulo de informações negativas força o mercado a precificar novamente um cenário preocupante. O estopim veio com o anúncio de segunda-feira à noite do banco californiano IndyMac Bancorp, que fechou sua divisão de hipotecas. Mas a percepção já estava afetada desde que o Lehman Brothers afirmou, no início da tarde de segunda-feira, que as agências semigovernamentais de crédito imobiliário Fannie Mae e Freddie Mac precisarão ampliar seu capital em até US$ 75 bilhões. Nesse ambiente, chama a atenção a tranqüilidade do petróleo, que continua caindo. Em comunicado divulgado nesta terça, os líderes do G-8 expressam "forte preocupação" com a alta dos preços do óleo e dos alimentos, ao afirmarem que esse comportamento prejudica os pobres, alimenta a inflação e ameaça o crescimento da economia global. Mas ainda resta saber o real efeito dessa manifestação do G-8 sobre o mercado de energia. Por ora, o contrato para agosto aponta queda de 0,46%, para US$ 140,72, no pregão eletrônico da Nymex.

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