PUBLICIDADE

Tendência do preço do petróleo é de alta, diz Gabrielli

Segundo presidente da Petrobras, expectativa é de volatilidade; 'não é possível dizer se a cotação atingiu pico'

Por Daniela Milanese e da Agência Estado
Atualização:

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou nesta sexta-feira, 1º, acreditar que a tendência do preço internacional do petróleo é de alta, com forte volatilidade. "Haverá grandes oscilações e não é possível dizer se a cotação já atingiu o pico", disse em entrevista coletiva concedida em Londres, após encontro com investidores.   Veja também:  Preço do petróleo em alta   Segundo ele, nos próximos cinco anos, não haverá alteração no atual quadro da relação entre oferta e demanda. Gabrielli afirmou que há dois processos em curso atualmente responsáveis pelo aumento do consumo que serão mantidos no longo prazo: a urbanização dos mercados emergentes, principalmente China e Índia, e a redução dos níveis de pobreza. Do ponto de vista da oferta, o executivo avalia que as novas áreas de exploração, como a camada de pré-sal no Brasil ou a região do Ártico, não representarão aumento dramático de produção nos próximos cinco anos.   "Veremos ajustes de redução de demanda nos países desenvolvidos, como Estados Unidos, Europa e Japão, mas não nos emergentes". Para Gabrielli, a atuação dos investidores no mercado futuro passou a ser um fator relevante para a formação dos preços. "Não são os fundamentos que explicam a atual volatilidade", acrescentou.   Pré-sal   O presidente da Petrobras afirmou que só terá uma avaliação precisa das reservas de petróleo da camada pré-sal no final de 2009. O executivo confirmou que a primeira produção de óleo existente no pré-sal virá do campo de Jubarte, no Espírito Santo, a partir de setembro.   Em Tupi, onde as reservas são estimadas entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris, o primeiro teste será iniciado no início de 2009, com produção de 30 mil barris por dia. Depois, no final de 2010, será iniciada uma nova fase de testes na região, com a extração de 100 mil barris por dia.   Ele afirmou que o plano estratégico, a ser apresentado pela companhia este ano, deixará de trazer a previsão sobre o preço do petróleo. No plano apresentado em 2007, constava a informação de que os investimentos da empresa tomavam como base o valor US$ 35,00 por barril. No entanto, a partir da volatilidade do mercado, esse dado passa a ser estratégico. Segundo Gabrielli, as outras grandes empresas estrangeiras de petróleo também não estão mais informando suas estimativas. "Porque teríamos de ser a única?", questionou.   Ele não quis comentar a possibilidade de criação de uma nova empresa 100% estatal para a administração das reservas de petróleo da camada pré-sal. "Não vou falar sobre este assunto", insistiu.   Segundo Gabrielli, sua opinião só será manifestada no grupo de trabalho criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O primeiro encontro foi realizado na última segunda-feira e Gabrielli estima que as discussões serão encerradas em setembro. "Sou membro do grupo e só manifestarei minha opinião lá dentro".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.