19 de outubro de 2007 | 18h40
O esquema que de um grupo criminoso que tentava aplicar golpes para roubar até R$ 1 bilhão do Banco do Brasil surgiu de um erro de digitação da instituição. A informação foi dada pelo coordenador da Operação Alquimista, da Polícia Federal, que prendeu 23 pessoas nesta sexta-feira, 19. Segundo Costa, o BB cometeu um erro no informe de rendimentos de um de seus correntistas, um aposentado residente no interior de São Paulo. A partir do informe, posteriormente corrigido pelo banco, os dois auditores fiscais envolvidos na tentativa de golpe fizeram um termo de ação fiscal contra o aposentado. Com o registro - indicando que o aposentado estaria sofrendo uma cobrança da Receita devido à incorreção em seu informe de rendimentos -, o aposentado tentou convencer o Banco do Brasil a disponibilizar o volume de dinheiro informado no documento errado. O aposentado, que também fazia parte do esquema, foi preso. Segundo a PF, a operação mobilizou 150 policiais e expediu 24 mandados de prisão e 26 mandados de busca e apreensão nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e no Distrito Federal. Uma pessoa ainda está foragida. A polícia apreendeu R$ 65 mil em dinheiro, além de documentos e computadores que serão periciados. A PF recusou-se a divulgar o nome dos detidos. Entre eles estão quatro advogados, dois auditores fiscais, dois funcionários do Banco do Brasil, um ex-deputado estadual do Rio de Janeiro e um número não-especificado de doleiros. De acordo com o delegado Costa, a quadrilha já dispunha de um outro esquema formado por doleiros para distribuir em contas no exterior os recursos caso o golpe tivesse sucesso. A PF está cruzando os dados da investigação, o que pode levar a novos delitos cometidos pelos doleiros. Impossibilidade Segundo a PF, porém, o golpe não seria realizado. "Em momento nenhum haveria possibilidade de saque (desse R$ 1 bilhão)", disse a jornalistas o superintendente da Polícia Federal em São Paulo, delegado Jaber Saadi. O Banco do Brasil informou, em comunicado, que não teve qualquer perda financeira decorrente da tentativa de golpe. Os envolvidos, incluindo também um ex-delegado da PF, responderão por corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, tentativa de estelionato, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. As penas variam de cinco a 10 anos de prisão. Veja a íntegra da nota do BB: Com relação à operação Alquimista divulgada pela Polícia Federal nesta sexta-feira, 19, o Banco do Brasil esclarece que não foi vítima de fraude financeira, não implicando, portanto, qualquer prejuízo para o BB. Os fatos noticiados decorrem de tentativas de golpe, que foram identificados pelo próprio Banco do Brasil e notificados à Policia Federal.
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