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Terceira idade é responsável por 8,4% dos cartões no País

Em comparação com os portadores que têm até 59 anos, a terceira idade concentra os gastos nos ramos de alimentação (26%), turismo e entretenimento (13%) e saúde (10%). Por outro lado, gasta menos do que o público com até 59 anos em vestuário, moradia, veículos e diversos.

Por Agencia Estado
Atualização:

Com presença crescente na população economicamente ativa e com expectativa de vida cada vez maior, as pessoas com mais de 60 anos, que formam a chamada terceira idade, respondem por 8,4% dos cartões de crédito em circulação no País. Esse público faz compras com valor unitário médio (R$ 103,00) superior ao da população com até 59 anos (R$ 79,00). Assim, movimenta 10,7% do faturamento da indústria de cartões, o que equivale a R$ 13,6 bilhões em 2005. Os dados foram divulgados hoje pela Credicard e fazem parte do estudo "A Terceira Idade e o Cartão de Crédito" e da pesquisa Indicadores do Mercado de Meios Eletrônicos de Pagamento. Para 2006, o estudo prevê que o número de cartões de crédito entre as pessoas de 60 anos ou mais aumentará 24% no País, para 6,9 milhões de unidades, acima do crescimento do mercado, estimado em 20,3%, para 80,1 milhões de plásticos. Gastos maiores ficam em alimentação Em comparação com os portadores que têm até 59 anos, a terceira idade concentra os gastos nos ramos de alimentação (26%), turismo e entretenimento (13%) e saúde (10%). Por outro lado, gasta menos do que o público com até 59 anos em vestuário, moradia, veículos e diversos. A terceira idade realiza, em média, uma transação com cartão de crédito por semana. Quase a metade dos portadores com mais de 60 anos (47%) adquiriram cartão nos últimos cinco anos, ou seja, ingressaram no mercado após os 55 anos. Segundo a pesquisa, o hábito de parcelar as compras é menor entre os portadores de cartão da terceira idade - 36% afirmam utilizar essa vantagem - do que na faixa até 59 anos - na qual 47% utilizam o parcelado sem juros. "Entretanto, o público de 60 anos ou mais que usa o pagamento em vezes o faz com freqüência maior: no ano passado 33,3% utilizaram essa vantagem pelo menos quatro vezes no ano, contra 26,3% dos portadores até 59 anos", disse o diretor executivo de Marketing da Credicard, Fernando Chacon. População em expansão Para traçar o perfil de uso do cartão de crédito dessas pessoas, a Credicard utilizou como cenário dados demográficos e análises das características do consumidor dessa faixa etária constante na base de dados da companhia. Chacon destacou a importância cada vez maior da terceira idade do ponto de vista econômico e social. Essa faixa representava 8,6% da população brasileira, ao final de 2000, passando a 9,7%, ao final de 2004, segundo dados demográficos. Como cresce em ritmo superior à média, a previsão é de que a terceira idade corresponderá a 10,1% da população brasileira ao final de 2006. "O que significa que a população está cada vez mais madura, especialmente no que se refere às mulheres, que vivem mais", afirmou o executivo. Em 2004 havia 17,7 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, sendo 55,1% mulheres e 82,8% concentradas nas áreas urbanas. Trabalho "esticado" Além de crescer e ganhar importância, a população de mais de 60 anos tem esticado a sua vida economicamente ativa, trabalhando até mais tarde, sendo cada vez mais responsável pelos lares. Em 2004, 20% do total da população responsável pela manutenção da casa tinha 60 anos ou mais, o que representa, em números absolutos, 11,6 milhões de pessoas. O rendimento médio mensal dessa faixa (R$ 780,20) é superior ao do público com até 59 anos (R$ 701,50). Estratégias "A indústria de cartões tende a ficar mais atenta à terceira idade, porque a população brasileira amadureceu e tem renda", afirmou Chacon. Segundo o diretor da Credicard, as empresas já mantêm política de venda de cartões para pessoas com até 65 anos. Entretanto, para o público com mais idade, o cartão só é vendido se há procura por parte do cliente, ou seja, as empresas adotavam uma posição passiva nessa faixa etária. Em decorrência do aumento da idade média da população, Chacon acredita que essa política deverá mudar no curto prazo, com as empresas buscando cada vez mais clientes na terceira idade. Para concorrer com o crédito consignado, que bem explorou esse público no ano passado, a indústria de cartões pretende mostrar as vantagens do parcelamento sem juros, por exemplo. "Além disso, venderemos o cartão como mais uma opção de crédito a esse público, carente de outras possibilidades", disse. Regiões No que se refere às regiões geográficas, quase metade (47%) da população com mais de 60 anos morava na região Sudeste, ao final de 2004, segundo os dados demográficos. A região Nordeste é a segunda colocada, com 26,6% do público de terceira idade. O crescimento maior dessa faixa etária se deu, contudo, na região Centro-Oeste - 27,1% em 2004 sobre 2000-, seguida pela região Norte - de 26,4%.

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