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Termina sem prorrogação prazo para troca da dívida argentina

Por Agencia Estado
Atualização:

O período de seis semanas para reestruturação da dívida argentina de US$ 103 bilhões em default (calote) terminou oficialmente às 18h15 (horário de Brasília), sem que governo fizesse nenhum anúncio de prorrogação da oferta. Haviam algumas especulações de que o Ministério da Economia anunciaria uma curta prorrogação para permitir que os bancos processem ordens acumuladas e assegurar a inclusão de portadores de bônus que queriam participar, mas que perderam os prazos internos de seus bancos. O governo argentino estima que a taxa de aceitação da oferta não será conhecido antes de quarta-feira ou quinta-feira. O resultado oficial da operação de troca da dívida será anunciado no dia 18 de março. Perspectivas Poucas horas antes do encerramento, o presidente Néstor Kirchner disse que seu governo "fez a melhor negociação da dívida do mundo". O presidente profetizou que a Argentina "terá um bom resultado" no "canje de deuda" (troca da dívida). Em discurso na Casa Rosada, o palácio presidencial, Kirchner criticou os "sábios do neo-liberalismo", que o chamaram de "louco" por querer fazer a reestruturação da dívida. Os analistas atribuem o sucesso de Kirchner e sua equipe econômica ao pulso firme nas negociações com os mercados. Outro fator crucial foi o efeito "cansaço" dos credores, mais forte do que sua raiva com o governo caloteiro. Além disso, os analistas sustentam que Kirchner foi favorecido pelo fator "sorte", ou seja, uma conjuntura internacional com juros tão baixos que - por comparação - tornaram os novos bônus argentinos um produto com sex appeal financeiro. O calote durou 1.159 dias, ao longo dos quais a Argentina viveu os momentos mais tensos de sua relação com os mercados internacionais. Com o encerramento desta etapa, começa outra, muito mais prolongada, de 42 anos, para o pagamento total da nova dívida. Até o ano 2047 o país terá que ter um elevado superávit fiscal para pagar os novos bônus.

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