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Tesouro anuncia emissão de global 2021

A colocação inicial, de US$ 500 milhões, pode ser elevada, dependendo das condições do mercado

Foto do author Adriana Fernandes
Por Adriana Fernandes e da Agência Estado
Atualização:

O Tesouro Nacional informou nesta terça-feira, 27, que concedeu mandato para a reabertura de emissão do global 2021. O papel terá vencimento em janeiro de 2021. Os títulos serão emitidos nos mercados norte-americano e europeu, e o Tesouro conta com a prerrogativa de dar seguimento à emissão na Ásia, após a abertura daquele mercado.

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A colocação colocação inicial será de US$ 500 milhões. Segundo apurou a Agência Estado, a expectativa do Tesouro é de que, dependendo das condições do mercado, o valor da oferta possa ser elevado. A operação de captação externa do Tesouro Nacional é coordenada pelos bancos Deutsche Bank e Merrill Lynch. A expectativa é de que o yield (taxa de rendimento para o investidores) do papel fique abaixo de 4,70%.

Essa é a segunda oferta do global 2021, o novo papel do Tesouro com prazo de referência de 10 anos. Na primeira operação de venda desses títulos, realizada em abril deste ano, o Tesouro Nacional vendeu US$ 787,5 milhões. Nessa operação, o yield ficou em 5% e o cupom de juros, em 4,875%. O Tesouro considera um volume ideal para um papel obter liquidez no mercado internacional entre US$ 1,5 bilhão e US$ 3 bilhões.

É possível que esse papel seja ofertado ainda outras vezes. O Tesouro encontrou uma janela de oportunidades para a operação no mercado externo, com a melhora de indicadores econômicos, entre eles dos EUA, além de balanços de bancos. A demanda pelos papéis do governo brasileiro vem sendo expressiva e, nos últimas dez dias, várias empresas nacionais fizeram emissões no mercado externo.

A operação de hoje está em linha com a estratégia do Tesouro de adicionar liquidez aos papéis da dívida externa brasileira. Nesse sentido, o Tesouro tem recomprado no mercado externo títulos da dívida mais antigos e com cupom de juros maiores e, por outro lado, tem emitido novos papéis, com o cupom de juros mais baixo.  

Movimentação do mercado da dívida após anúncio

O mercado secundário da dívida soberana e corporativa registrou intensa movimentação após o anúncio do Tesouro brasileiro da reabertura da emissão de bônus globais com vencimento em 2021. A reabertura era esperada, uma vez que o governo já havia sinalizado há alguns meses intenção de voltar ao mercado para captar recursos.

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Entre os papéis soberanos brasileiros, os negócios concentraram-se no Global 2040, título normalmente de maior liquidez, segundo a corretora ICAP Brasil. O papel caiu em relação aos níveis negociados antes do anúncio do Tesouro. Não havia registro de negócios com o Global 2021.

Às 10h33 (de Brasília), o global 2040 operava a 136,90 centavos de dólar, abaixo de 137 centavos de dólar operado antes do anúncio da reabertura do Global 2021, mas levemente acima da referência mais recente de preço para o Global 2040, de 136,70 centavos por dólar, da última quinta-feira. Segundo um operador, a desaceleração no preço é normal quando ocorre anúncio de nova emissão, a qual implica aumento na oferta de papéis.

Entre os bônus corporativos, foram registrados negócios com vários papéis, entre eles, os da CSN 2020, a 101,00, acima de 100,50 há dois dias. Os papéis da CSN foram lançados a 99,09 do valor de face. Os bônus com vencimento em 2020 do Banco Votorantim, lançados no dia 19 a 102,56 do valor de face, operaram a 104,10, acima do nível do fechamento ontem a 103,750 centavos de dólar na compra e 103,90 centavos de dólar na venda.

Os papéis do Banco Panamericano eram negociados no gray market, onde são realizados negócios antes do lançamento oficial do papel, com ágio de 0,50 do preço da oferta - que ainda não está definido. A oferta está em andamento e a captação deve ser de US$ 300 milhões.

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Menor taxa ao investidor 

Se o Tesouro Nacional conseguir vender nesta terça-feira o Global 2021 com um yield abaixo de 4,70%, será a menor taxa de retorno ao investidor paga pelo governo brasileiro para um título da dívida externa em dólar. A menor taxa até agora saiu na operação de venda do Global 2019, em dezembro do ano passado, quando o Tesouro aceitou pagar 4,75% para vender US$ 525 milhões. Segundo apurou a Agência Estado, a expectativa do Tesouro é vender o global do 2021 com taxa de retorno abaixo de 4,7%.

A operação de venda do Global 2021 é a segunda do ano no mercado externo. A primeira foi em abril, quando o Tesouro ofertou o papel pela primeira vez. Em 2009, o Tesouro fez cinco operações no mercado externo.

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