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Tesouro: gastos do governo não têm pressionado inflação

Por RENATA VERÍSSIMO E ADRIANA FERNANDES
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O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou nesta tarde que o governo tem reduzido as despesas em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nominal. Segundo ele, houve uma queda por esse critério de 2,8% nas despesas no primeiro quadrimestre de 2008 na comparação com o mesmo período de 2007. "Isso me parece um efeito importante", afirmou. O secretário disse que, nesse momento, as despesas do governo não contribuem para aumentar a pressão inflacionária. "Os impulsos fiscais são ''contracionistas'' neste momento e não expansionistas", acrescentou, durante entrevista coletiva à imprensa. Ele destacou que os gastos com pessoal, também em relação ao crescimento nominal do PIB, registrou queda de 5,2% até abril ante igual período de 2007. Ele contestou a informação de que deve haver uma explosão nos gastos com pessoal com o aumento previsto para várias categorias do funcionalismo público e também militares. "O impacto será sobre uma base menor e em queda. Não posso concordar com a idéia de que houve uma explosão nos gastos com pessoal", acrescentou. O secretário atribuiu o forte superávit primário do governo central no primeiro quadrimestre tanto ao aumento das receitas, sobretudo no mês de janeiro, quanto à queda nas despesas. "Reputo ambas as variáveis importantes para o primário", afirmou. O governo central acumula um superávit primário equivalente a 5,31% do PIB, enquanto a meta para o ano é de 2,20% do PIB. Augustin, no entanto, argumentou que o superávit primário acumulado em 12 meses, de 2,73% do PIB, é uma base melhor de comparação, porque reduz o efeito de eventuais sazonalidades. Mesmo assim, o acumulado neste período ainda supera a meta anual. Arno Augustin, embora argumente que o superávit primário tende a ser maior em começo de ano, admitiu que esse movimento tem sido mais forte em 2008. "Essa tendência é mais forte no primário de 2008", disse. Segundo ele, é por causa do excesso de superávit que o governo vai criar o Fundo Soberano do Brasil (FSB). "Para a nossa política, é adequado ter um instrumento que possa absorver estas variações que são cíclicas", disse. O secretário afirmou que o crescimento das receitas no início de 2008 foi atípico e, por isso, não deve ser usado para gastos permanentes, como, por exemplo, a discussão sobre a regulamentação da emenda 29, que amplia os recursos para a Saúde.

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