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Tesouro iniciou emissão em reais; papéis vencem em 2016

Por Agencia Estado
Atualização:

O Tesouro Nacional informou que teve início hoje a emissão de bônus em real, com vencimento em 2016. O mercado da dívida brasileira opera praticamente estável, sem reação relevante à confirmação. O anúncio era esperado e trouxe poucas novidades em relação ao que o mercado já especulava. O Tesouro disse que o vencimento dos papéis será em 2016. O mercado apostava em emissão de 10 anos. Às 9h50 (de Brasília), o BR40 operava em 120,15 centavos por dólar, 0,12% abaixo do fechamento. O papel abriu a 120,25 centavos por dólar e chegou a 120,35 centavos por dólar na máxima. Operação inédita mede confiança dos investidores O Tesouro escolheu os bancos JP Morgan e Goldman Sachs para coordenar a operação, a primeira em que o Brasil oferece aos investidores estrangeiros um papel com rendimento vinculado à moeda nacional. A oferta brasileira é vista pelo governo e pelo mercado como um importante teste para medir a confiança dos investidores no futuro da economia, apesar da crise política que abala o País há quatro meses. A expectativa dos analistas era de que nessa primeira emissão o Tesouro fizesse uma oferta de um lote pequeno de títulos, em torno de US$ 500 milhões. Segundo o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, José Antonio Gragnani, a demanda internacional pelos papéis brasileiros é "boa" e não há risco de a operação pressionar os preços dos outros papéis da dívida externa brasileira, como se especulava na semana passada no mercado. O Brasil tem interesse nesse tipo de operação, porque reduz o risco cambial da dívida externa, já que numa emissão em moeda local o risco passa ser atrelado às condições da economia nacional. Uma operação do governo também servirá de referência (benchmark) na fixação de custos ou prazos para lançamentos semelhantes de empresas brasileiras. No fim do ano passado, os bancos Votorantim e Banco do Brasil fizeram as primeiras captações externas em reais. Apesar dos lançamentos bem-sucedidos, analistas observaram que faltava uma captação soberana (do governo) para balizar outras iniciativas privadas. Postura Agressiva Nos últimos meses, com a alta liquidez no mercado internacional, o Brasil tem tido uma postura agressiva na administração da dívida externa. Além de ter concluído na metade do ano o cronograma de captações de 2005, o Tesouro já partiu para novas emissões que financiarão pagamentos da dívida em 2006. Na semana retrasada, o governo anunciou que comprará em outubro US$ 1,2 bilhão em C-Bonds que ainda estão no mercado financeiro e a captação de US$ 1 bilhão por meio de bônus com vencimento em 2025.

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