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Tesouro mantém estratégia para a dívida da União

Por Agencia Estado
Atualização:

As turbulências vividas pelo mercado financeiro, nesta semana, não alteraram a estratégia do Tesouro Nacional em relação ao plano anual de financiamento da dívida pública mobiliária federal. "Não é porque numa semana o mercado tem uma reação com relação a uma pesquisa, e (por causa da perspectiva de) uma eventual vitória da oposição no segundo turno, que se pode falar que a estratégia nossa não se sustenta mais. Isso não corresponde à realidade", diz o novo secretário do Tesouro, Eduardo Guardia. Para o secretário, as reações do mercado diante dos relatórios de bancos como o Morgan Stanley Dean Witter e a Merrill Lynch - que recomendaram a redução da manutenção de papéis brasileiros em carteira, em decorrência do crescimento de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas eleitorais - podem afetar apenas o curto prazo. Entretanto, o que a equipe do Tesouro percebe é que a tendência de médio e longo prazo continua sendo a de alongar o perfil da dívida e reduzir o volume de vencimentos em 12 meses. "Temos que separar movimentos dessa semana, ou questões pontuais do mercado, da tendência que nós estamos observando", disse Guardia, em entrevista exclusiva ao Estado. A dívida mobiliária federal fechou o mês de março em R$ 626,32 bilhões. O plano anual de financiamento prevê que esse volume deverá estar, ao final de dezembro, entre R$ 700 bilhões e R$ 760 bilhões. O prazo médio da dívida está em 35,37 meses, dentro portanto do intervalo previsto no plano, que é de 34 a 38 meses. "Estamos indo claramente e consistentemente numa direção de melhora desses indicadores", avaliou. O secretário acredita que a manutenção da política fiscal do governo e a garantia de cumprimento de todas as metas fiscais estabelecidas são os fatores que permitem ao Tesouro melhorar o perfil de financiamento da dívida. Mesmo percebendo que o humor do mercado foi alterado essa semana por questões políticas e não por fatos relacionados aos chamados "fundamentos da economia", Guardia ressaltou que a estimativa de um ingresso de US$ 18 bilhões em investimentos estrangeiros diretos para este ano revela uma forte confiança dos investidores internacionais no País. "O que permite melhorar o financiamento da dívida é ter uma situação fiscal sólida e a percepção de que você tem essa situação sólida", avaliou. "Você pode ter uma semana ou outra com o mercado mais tenso, mas não dá para falar que isso compromete a estratégia. Comprometeria se não tivéssemos uma política fiscal sólida, se você não cumprisse as metas fiscais", salientou o secretário, que fez questão de reforçar que o governo continuará cumprindo todas as metas estabelecidas.

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