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Tesouro pode cobrir rombo previsto no FAT

Por AE
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Este mês, a equipe econômica terá de tomar uma decisão difícil: como cobrir o primeiro rombo da história do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). "Em outubro, o saldo já ficará negativo", disse o presidente do Conselho Deliberativo do FAT (Codefat), Luigi Nese. O Fundo deve encerrar este ano com um déficit de R$ 2,8 bilhões. Para 2010, a estimativa é de um saldo negativo ainda maior: R$ 7,8 bilhões. O FAT é responsável pelo pagamento do seguro-desemprego e do abono salarial, além de financiar investimentos produtivos. Existem duas alternativas, segundo informou Nese. A primeira é o Tesouro Nacional enviar recursos ao Ministério do Trabalho para cobrir o déficit. A outra é o FAT recuperar parte de seu patrimônio que está em poder dos bancos. "O FAT tem um patrimônio de R$ 160 bilhões", informou Nese.Desses, R$ 110 bilhões estão no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que utiliza esses recursos em linhas de crédito ao setor produtivo. Banco do Brasil e Caixa também receberam depósitos. "O Codefat não tem ingerência sobre de onde virão os recursos que suprirão o déficit", disse Nese. "É uma decisão que cabe aos Ministérios da Fazenda e do Planejamento." Um integrante da área econômica informou que a escolha ainda não foi feita. A tendência, porém, é que o governo lance mão dos recursos do Tesouro para contornar o problema. A avaliação é de um conselheiro do FAT. Ele explicou que o patrimônio do fundo que está com os bancos foi depositado com o compromisso de devolução imediata em caso de necessidade. "Mas você já imaginou se, a essa altura, o governo pede ao BNDES, à Caixa e ao Banco do Brasil a devolução de perto de R$ 1 bilhão cada um?" A expansão do crédito via bancos oficiais foi um dos pilares da estratégia governamental de combate à crise. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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