Os testes de estresse conduzidos pelo Comitê Supervisor de Bancos da UE (CEBS, na sigla em inglês) projetam três cenários econômicos em 2010 e 2011 durante um período simulado de turbulência econômica e se os bancos manteriam capital suficiente para absorver perdas e liquidez para continuarem solventes, segundo documento do CEBS, ao qual a imprensa internacional teve acesso antecipado, de acordo com a agência Dow Jones.
O primeiro cenário é conhecido como "benchmark" e usa previsões de crescimento quase em linha com os da Comissão Europeia para ver o que aconteceria aos bancos sob a atual perspectiva econômica esperada. Foi então pedido que os bancos fizessem dois testes de estresse - um cenário adverso e um cenário adverso adicionado de um choque soberano - sobre a turbulência no mercado de bônus de governos na zona do euro em maio.
O cenário adverso imagina o Produto Interno Bruto (PIB) da União Europeia 3% abaixo da previsão da Comissão Europeia, com um ponto porcentual disto ocorrendo em 2010 e dois pontos em 2011. A projeção de crescimento vária para os diferentes países.
O cenário adverso básico incluiu um impacto dos temores com um default soberano, assumindo a volta do tipo de pressão no mercado monetário interbancário verificado depois do colapso do Lehman Brothers em setembro. Como resultado, foi projetado um aumento de 125 pontos-base nas taxas de juro de curto prazo, mas indo um pouco além da turbulência de setembro ao assumir que esta pressão continuaria pelos dois anos do período de estresse.
O cenário também assume que as taxas de juro de longo prazo subiriam 75 pontos-base, produzindo um achatamento da curva do yield. O cenário simula o tipo de estresse verificado quando os investidores ficaram com medo de emprestar aos bancos durante o pico da crise, segundo autoridades do CEBS.
O CEBS afirma que a probabilidade deste cenário de fato ocorrer é de 5%, o que o tornaria um evento em 20 anos. Nos testes de estresse realizados nos EUA esta probabilidade foi projetada em 15% em 2009, o que significa um evento em sete anos.
O segundo cenário adverso que incluía um choque da dívida soberana acionado à simulação de turbulência no mercado de bônus pior do que a verificada em maio, quando os yields de muitos bônus da zona do euro se ampliaram fortemente ante os bunds da Alemanha. O teste tomou a ampliação máxima do spread deste período e adicionou uma medida de 30 pontos-base de ampliação no yield de longo prazo, mas com diferenças entre os mercados de bônus nacionais. As informações são da Dow Jones.