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TGV negociará plano de contingência com administração da Varig

O executivo do TGV disse que o plano de contingência priorizará rotas rentáveis, tanto no mercado doméstico, como no internacional

Por Agencia Estado
Atualização:

O coordenador da entidade Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), Márcio Marsillac, afirmou que amanhã cedo negociará com a atual administração da Varig um plano de contingência para manter a companhia aérea operando. Segundo ele, as ameaças de arresto de aviões por conta dos problemas enfrentados com as empresas de leasing deixam a Varig numa situação muito delicada. A proposta que será apresentada prevê que, da atual frota de 49 aeronaves em operação, 19 aviões que estão sob ameaça de arresto sejam mantidos no solo. "É fundamental que a atual administração da Varig interaja com o TGV." O executivo do TGV disse que o plano de contingência priorizará rotas rentáveis, tanto no mercado doméstico, como no internacional. Ele informou ainda que a BR Distribuidora prorrogou por mais 24 horas o fornecimento de combustível à Varig, uma das principais preocupação da empresa hoje. "Não sei por que tanto estresse, se a Varig não tem dívida extra-concursais com a BR", reclamou Marsillac, ao afirmar que a distribuidora vem pressionando diariamente a companhia aérea por causa das dívidas de fornecimento de combustível. Marsillac informou que chegou a pedir ao juiz da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Luiz Roberto Ayoub, que após a homologação da compra da empresa pelo TGV, o grupo pudesse assumir imediatamente a administração da companhia aérea. Entretanto, o juiz não acatou o pedido e o TGV só poderá assumir a gestão da Varig após o depósito de US$ 75 milhões. Conforme Marsillac, a nova administração da Varig já está definida, mas não quis revelar nomes. O executivo disse que os membros da nova administração não virão do quadro da Varig, ao contrário, serão executivos experientes de mercado. "Não vamos colocar técnicos da Varig para administrar." Marsillac fez duras críticas à postura do governo federal durante a crise da Varig. Segundo ele, o governo "tem um discurso preocupado mas uma postura omissa" no processo de recuperação da empresa. Ele disse que tentará amanhã uma audiência na Casa Civil para tratar da recuperação da companhia. Proposta aceita Hoje a Justiça homologou a proposta apresentada pelo TGV no leilão da Varig realizado no dia 8 de junho. De acordo com o juiz da 8ª Vara Empresarial, Luiz Roberto Ayoub, que cuida da recuperação judicial da Varig, o TGV prestou os esclarecimentos necessários. O grupo ofereceu US$ 449 milhões pelas operações domésticas e internacionais da companhia aérea no leilão judicial. Ayoub informou ainda que o TGV tem até a próxima sexta-feira, dia 23, para depositar o sinal de US$ 75 milhões, previsto no edital de venda da companhia. O TGV foi o único grupo que apresentou oferta pela Varig, de US$ 449 milhões (R$ 1,010 bilhão), no leilão. A oferta do TGV havia sido homologada com condições pelo juiz Ayoub. A principal exigência da Justiça fluminense era a comprovação da origem dos recursos. Na quinta-feira da semana passada, o TGV entregou pela segunda vez esclarecimentos que não foram considerados suficientes pela comissão de juízes que supervisiona a reestruturação da Varig. A decisão ficou adiada para hoje. Os US$ 75 milhões são cruciais para a Varig porque na próxima quarta-feira o juiz Robert Drain, da Corte de Nova York, vai exigir a garantia de que a Varig tem dinheiro para poder pagar as empresas que arrendam aviões para a companhia. Caso não haja essa comprovação, o juiz pode derrubar uma liminar que vem protegendo a Varig contra a perda de pelo menos 25 aeronaves, o que inviabilizaria, quase de imediato, sua operação internacional, já que destes, 23 são aviões de grande porte.

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