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TGV se encontra com juiz; já são nove vôos cancelados da Varig

Trabalhadores do Grupo Varig, que fizeram um lance de US$ 449 milhões pela companhia aérea em leilão na semana passada, prestarão os esclarecimentos pedidos pela Justiça, por escrito, até às 14 horas

Por Agencia Estado
Atualização:

O coordenador da Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), Marcio Marsilac, esteve reunido nesta segunda-feira com o juiz da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que cuida do processo de recuperação judicial da companhia aérea, Luiz Roberto Ayoub. Enquanto isso, a Varig cancelou hoje nove vôos nesta segunda-feira, sendo dois deles internacional, segundo apurou a reportagem da Rádio Eldorado. Ao fim do encontro, Marsilac informou que a TGV, que fez um lance de US$ 449 milhões pela companhia aérea em leilão na semana passada, prestará os esclarecimentos pedidos pela Justiça, por escrito, até às 14 horas. Ayoub não quis adiantar se aceitará ou não a oferta, e se limitou a informar que dará uma entrevista coletiva nesta segunda às 18 horas. Foram suspensos nesta segunda-feira quatro pontes aéreas que partiriam do aeroporto de Congonhas. Do aeroporto de Guarulhos, em Cumbica, foram suspensos cinco vôos: Manaus (previsto para 11h), Recife (13h30), Salvador (12h10), e os internacionais para Buenos Aires (15h) e Los Angeles (23h50). Todos os outros vôos da companhia partiram com pelo menos 30 minutos de atraso. A Varig não se pronunciou sobre os atrasos e os vôos cancelados. Já a Infraero esclareceu que todas os passageiros dos vôos cancelados foram recolocados em vôos de outras companhias. O cancelamento dos vôos da companhia aérea começou no final de semana. A Varig suspendeu quatro vôos internacionais: São Paulo-Miami; São Paulo-Nova York; São Paulo-Cidade do México e São Paulo-Santiago. Os quatro vôos internacionais cancelados no final de semana eram de aeronaves Boeing. Na última sexta-feira a Justiça de Nova York determinou que sete aviões da Boeing usados pela Varig, em sistema de leasing, poderiam ser retomados pela Boeing. Segundo a Anac, a Varig não vem informando os motivos dos cancelamentos. Em entrevista neste final de semana ao Estado, o presidente da Varig, Marcelo Bottini, disse que "não pode desacreditar" da proposta feita pela TGV e comentou que é preciso aguardar a decisão da Justiça. Informou, ainda, que já está negociado com a Boeing que a eventual devolução dos jatos alugados pela empresa seria apenas a partir de terça-feira. Ainda, segundo a empresa, os cancelamentos são resultados de problemas técnicos. Possível falência Caso a proposta da TGV seja rejeitada pelo Justiça, o grupo recorrerá da decisão. Mas, independentemente disso, se a proposta for rejeitada, a falência da Varig pode ser decretada - a não ser que surja uma terceira possibilidade. Fontes que acompanham o assunto analisam que o mais provável seria a decretação de uma "falência continuada", na qual a empresa continuaria operando precariamente, com venda dos ativos existentes até o fim das atividades ou até que surja, eventualmente, uma alternativa. Há, contudo, divergências sobre este assunto. A possível decretação da "falência continuada" foi levantada por pelo menos três executivos, dentro e fora da empresa. Daria mais tempo a credores, empregados e à própria empresa e seria menos traumática. Para um advogado, entretanto, por ser uma concessionária de transporte aéreo a empresa poderia perder imediatamente seus direitos de vôo, no ato da decretação da falência, o que inviabilizaria a continuidade, ainda que precária, da atividade.

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