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'The New York Times' alcança 7,9 milhões de assinaturas com crescimento mais fraco no 2º trimestre

Do total de assinantes até o fim de junho, 7,1 milhões pagavam por produtos digitais; empresa estima que terá 8,5 milhões de assinaturas do jornal impresso e digitais até o fim do ano

Por Edmund Lee 
Atualização:

O New York Times Co. disse em um comunicado nesta quarta-feira, 4, anunciando seus resultados trimestrais, que alcançou 7,9 milhões de assinaturas e espera adicionar tantas assinaturas este ano quanto em 2019, quando o ex-presidente Donald Trump dominou as manchetes e a pandemia ainda não havia derretido a economia global. A empresa estima que terá 8,5 milhões de assinaturas do jornal impresso e digitais até o final de 2021. 

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A presidente da companhia, Meredith Kopit Levien, disse no comunicado que o desempenho da empresa foi "uma prova do sucesso de nossa estratégia" de focar em assinaturas digitais. Ela acredita que o tamanho do mercado potencial de leitores do Times é de 100 milhões.

The Times Co. relatou um crescimento modesto no trimestre de abril a junho - normalmente o mais fraco - adicionando 142 mil novos assinantes digitais, sendo 77 mil no aplicativo de notícias e 65mil nos apps Cooking, de receitas, e no de jogos. No fim de junho, o jornal tinha 7,9 milhões de assinantes no total, com 7,1 milhões pagando por seus produtos digitais. Dos assinantes digitais, 5,3 milhões assinaram o app de notícias.

Prédio do The New York Times, em Nova York, nos EUA Foto: Daniel Silm/AFP

A empresa relatou US$ 93 milhões em lucro operacional ajustado e US$ 499 milhões em receita - os investidores esperavam US$ 73 milhões em lucro operacional ajustado sobre US$ 488 milhões em vendas.

O negócio como um todo cresceu 24% em relação ao ano anterior, ajudado por um aumento constante de 16% em assinaturas em dólares e um aumento de 66% em publicidade, à medida que os profissionais de marketing voltaram aos níveis de gastos anteriores à pandemia.

Investidores de Wall Street e executivos de notícias nos Estados Unidos consideram o jornal como um termômetro: o desempenho digital da empresa mostra o que é possível para uma organização de mídia de notícias na era do Facebook e do Google, mas nem todos na publicação (digital ou impressa) será capaz de emular seu sucesso. A receita online do Times - especificamente em publicidade e assinaturas - aumentou 41%, para US$ 261 milhões.

Para o terceiro trimestre, a empresa espera que a receita de assinatura digital aumente de 25% a 30% em relação ao ano anterior e que as vendas de anúncios online aumentem de 40% a 45%. A receita total de assinaturas deve subir de 13% a 15% e a publicidade, de 30% a 35%.

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Neste outono do hemisfério norte, o Times vai oferecer um produto por assinatura para seu popular site Wirecutter, que ganha dinheiro cada vez que um leitor compra um produto recomendado, por meio de acordos de comissão que tem com empresas como Amazon e Walmart. Atualmente, o site é gratuito, mas a empresa planeja experimentar um modelo em que os leitores tenham acesso aos artigos antes de serem solicitados a pagar.

A receita de assinatura digital tem aumentado constantemente, mas a receita média por conta foi de US$ 8,89 por mês durante o segundo trimestre. Isso aumentou em relação ao ano passado, quando os leitores que estavam pagando uma taxa promocional mais barata passaram para assinaturas de custo total, mas diminuiu em relação a 2019, quando a média foi de US$ 9,74 por conta a cada mês.

A empresa está intensamente focada em aumentar as assinaturas e tem experimentado como converter seus 100 milhões de leitores registrados em leitores pagantes (o registro é gratuito). O Times também está incentivando as pessoas que pagam por pelo menos um dos produtos digitais da empresa a assinar outro, parte de sua estratégia de empacotamento.

É provavelmente por isso que as ações da empresa, como a de um gigante do Vale do Silício, são negociadas com um alto preço.

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Os investidores estão pagando cerca de US$ 41 para cada US$ 1 de lucro esperado das ações do Times. Isso é mais do que as pessoas pagam para ter uma ação do Facebook, US$ 21, e fo Google, por US$ 25. A News Corp, de Rupert Murdoch, que publica o The Wall Street Journal, é negociada a US$ 40 para cada US $ 1 de lucro esperado. Ações da Netflix (outro serviço de assinatura com preço semelhante ao Times) custam mais, US$ 62 para cada US$ 1 de renda futura.

Ainda assim, as ações do Times caíram quase 17% este ano, quando um novo governo assumiu a Casa Branca, em janeiro. O índice de ações S&P 500, em comparação, subiu quase 18%.

O Times continua a investir em seu negócio digital e espera que os custos aumentem de 18% a 20% neste trimestre, com despesas de capital para o ano inteiro totalizando US$ 50 milhões. Isso empalidece perto do caixa que a empresa detém: US$ 947 milhões no fim de junho.

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Manter esse volume de caixa é normalmente visto como um uso ineficiente de capital, que poderia ser mais bem usado em investimentos ou aquisições. A empresa paga um dividendo trimestral que chega a US$ 40 milhões por ano, mas sua abordagem para fusões e aquisições tem sido relativamente conservadora. Ela gastou US$ 25 milhões no ano passado para adquirir a Serial Productions, a empresa por trás do podcast de sucesso "Serial", de jornalismo investigativo.

“Em geral, nossa preferência é usar o forte balanço que temos para investir em nossa estratégia e maximizar o valor de nosso produto”, disse Meredith Kopit Levien na teleconferência com investidores para apresentar os resultados. 

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