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Títulos de capitalização: riscos e desvantagens

A compra de um título de capitalização com o objetivo de investimento traz desvantagens em relação ao fundo. Para quem quer adquirir um bem no final do período, há o risco de o dinheiro não ser suficiente.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os títulos de capitalização - uma mistura de poupança e loteria - têm sido oferecidos para consumidores que querem comprar um bem. Nessa operação, em vez de optar por um financiamento ou consórcio, o consumidor compra um título válido por um prazo, paga as mensalidades e no fim resgata o saldo e pode adquirir o produto. Mas cuidado: o título de capitalização possui desvantagens e não há nenhuma garantia de que o consumidor consiga comprar o bem no final do período. Por isso, antes de comprar um título de capitalização, é bom ficar atento a alguns detalhes. O primeiro passo é saber que, do total pago todos os meses, apenas uma parcela significa, de fato, um investimento. Isso porque a mensalidade é dividida em três partes: a reserva ou parcela de capitalização - dinheiro que recebe remuneração -, a parte destinada ao sorteio e a parte dos custos administrativos da instituição financeira. A porcentagem referente ao investimento, ou seja, a parcela de capitalização, varia de banco para banco e deve estar especificada em contrato. A Superintendência de Seguros Privados (Susep) exige que o mínimo destinado à capitalização seja de 50%, o que representa de fato o investimento. O restante do dinheiro é perdido imediatamente, em troca do benefício de concorrer ao prêmio. Veja mais informações sobre o funcionamento dos títulos de capitalização no link abaixo. Nesse sentido, investir em um título de capitalização apresenta uma grande desvantagem em relação a um fundo de investimento, já que no final da aplicação, o valor acumulado em um fundo será maior do que em um título de capitalização. A orientação é tanto do Procon-SP quanto da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Risco para quem quer comprar um bem O consumidor que paga um título de capitalização com o objetivo de comprar um bem corre grande risco de não conseguir atingir seu objetivo no final. Alexandre Costa Oliveira, técnico de Assuntos Financeiros do Procon-SP, diz que a propaganda dos títulos de capitalização é enganosa. Segundo ele, vende-se a idéia de que o consumidor comprará um produto em prestações mais baratas, quando, porém, há o risco de, no fim do prazo, ele não conseguir comprar o bem. Para Miguel José de Oliveira, vice-presidente da Anefac, os dois sistemas são bons para quem precisa fazer um esforço de disciplina para poupar, pois são "poupanças forçadas". Ele também destaca o risco de os títulos de capitalização não remunerarem o suficiente para a compra do produto, embora tenham prestações mais convidativas. Perspectivas A Sul América é a única hoje no mercado a oferecer títulos baseados em bens (com marcas como Fiat, Semp Toshiba, Brastemp). Mas isso deve mudar a partir de 2001, anuncia o presidente da Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados, de Capitalização e de Previdência Privada (Fenacor), Leôncio de Arruda. Segundo ele, várias seguradoras e bancos lançarão produtos do gênero, o que deve provocar um crescimento de 400% do ramo, em dois anos.

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