PUBLICIDADE

Publicidade

Títulos do Brasil sobem após anúncio de medidas

Por Agencia Estado
Atualização:

Os títulos da dívida do Brasil subiram forte depois que o governo anunciou uma série de medidas para aumentar seus recursos financeiros e restaurar a confiança do investidor. O governo brasileiro confirmou os planos para sacar US$ 10 bilhões do atual programa de crédito do FMI e anunciou medidas para aumentar a austeridade fiscal além das metas já existentes no acordo. Wall Street recebeu bem a estratégia e, como resultado, os C-bonds subiram 2 13/16, para 68 1/16 cents por dólar (preço de oferta), enquanto o spread de retorno da porção Brasil no índice EMBI+ do JP Morgan caiu em 102 pontos-base, para 1.209 pontos-base sobre os Treasuries comparáveis. "Risco político" Contudo, o otimismo do mercado foi marcado pela cautela de que qualquer rali será efêmero, uma vez que as preocupações sobre a eleição presidencial de outubro provavelmente vão gerar mais volatilidade Entre as medidas políticas anunciadas, o governo brasileiro disse que vai aumentar a meta de superávit orçamentário primário de 3,50% para 3,75% do PIB e reduzir o piso de suas reservas internacionais líqüidas de US$ 20 bilhões para US$ 15 bilhões. "A combinação dessas medidas é positiva ao limitar as conseqüências e os prejuízos devido à fraca confiança na economia", disse a estrategista Siobhan Manning, da Caboto USA, em seu boletim para investidores. "Contudo, a volatilidade provavelmente continuará enquanto o volume de operações for baixo e o ponto central do problema continuar sem solução - o risco político", acrescentou Manning. Vicent Truglia, diretor-gerente de risco soberano da Moody´s Investor Service, disse que as novas medidas são "claramente eficazes no curto prazo" e consistentes com a maneira "competente" pelo qual o governo tem abordado a política fiscal e monetária. Contudo, com a eleição presidencial marcada para daqui a quatro meses, Truglia disse que o governo não pode lidar com o risco pós-eleição agora. O sentimento positivo em relação ao Brasil impulsionou os preços dos demais títulos da dívida de países emergentes, incluindo os instumentos da Venezuela e da Turquia, que haviam despencado recentemente, pressionados por seus respectivos problemas domésticos. O spread da porção Venezuela no EMBI+ caiu em 32 pontos-base, para 1.017 pontos-base sobre os Treasuries comparáveis, enquanto o spread da porção Turquia encolheu em 13 pontos-base, para 724 pontos-base. Um trader em Nova York, disse que as notícias do Brasil ajudaram a direcionar um fluxo significativo para o mercado, que estava sedento por liqüidez. Entre os principais ativos, os eurobônus da Rússia para 2030 subiram 1/2, para 71 1/4 cents por dólar (preço de oferta), enquanto os bônus globais mexicanos para 2026 permaneceram estáveis em 129 cents por dólar (preço de oferta).

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.