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Todas as pessoas têm o seu peso na discussão climática, dizem especialistas

Debate ocorreu em painel da Conferência Brasil Verde, realizada pelo 'Estadão', e trouxe a importância de ampliar a discussão sobre sustentabilidade para além dos círculos já conhecidos 

Por Andre Jankavski
Atualização:

   

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Com as redes sociais, as pessoas costumam opinar sobre diferentes temas a todo o tempo. E, quando a questão é proteção da natureza e sustentabilidade, até aqueles que não estão falando diretamente sobre o assunto acabam se posicionando. Mas o silêncio de parte da população acaba tendo um impacto importante na busca por soluções para problemas como o aquecimento global.

Esse foi um dos pontos de discussão no painel de encerramento da Conferência Brasil Verde 2021, evento online realizado pelo Estadão. Com mediação da jornalista da Agência Estado Karla Spotorno, o encontro contou com a presença de Fabio Alperowitch, sócio-fundador da gestora Fama Investimentos, a atriz e ativista Laila Zaid e também Luis Fernando Laranja, sócio-fundador da Kaeté Investimentos.

Na visão de todos os presentes, é importante que todas as pessoas entendam a sua importância na discussão. Segundo Alperowitch, ele mesmo percebeu que precisava sair mais do escritório de sua gestora para explicar o que é o ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança) e partiu para as redes sociais. 

A jornalista Karla Spotorno mediou o debate com Laila Zaid, Luis Fernando Laranja e Fabio Alperowitch. Foto: Reprodução/YouTube

“O ESG já é uma realidade e começou a chegar ao Brasil. Eu já lido com o assunto há bastante tempo e fiquei com receio de que o debate fosse raso. E, hoje, até o silêncio é um posicionamento. Através das redes, eu consigo trazer algumas reflexões, que eventualmente não surgem nos principais assuntos”, afirma ele.

Alperowitch e os outros participantes citaram a necessidade de tentar mostrar para as pessoas a importância da natureza e ajudar a criar uma conexão real com ela. É isso o que Laila vem fazendo com os seus filhos desde o início da pandemia - seus filhos, de 2 e 4 anos, passaram a frequentar uma escola florestal. 

“Eu fui privilegiada por poder ter ido morar no meio do mato e ali vimos as crianças sendo criadas pela natureza, ficando curiosos e até aprendendo a lidar com a morte”, afirma a atriz. “Como não temos políticas públicas para incentivar esse contato, a natureza acaba sendo um privilégio. Como uma pessoa vai ter uma empatia com a natureza se ela nem tem contato?”

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A atriz, que também tem um projeto de educação socioambiental para crianças no Rio de Janeiro, lançou recentemente o livro infantil “Manual para Super-heróis: o Início da Revolução Sustentável”, que ensina as crianças a viverem em harmonia com a natureza. 

Para Laranja, do Kaeté, é fundamental essa educação para que as pessoas e empresas entendam o tamanho do impacto de suas atitudes no planeta como um todo. O nome Kaeté, inclusive, vem do tupi guarani e significa mata preservada. Essa é uma das principais funções da gestora de private equity de Laranja, totalmente focada em investimentos de impacto. 

No total, a empresa já realizou 17 transações, totalizando R$ 1,1 bilhão nos últimos dez anos. A gestora foca em regiões fora dos principais centros do País e em projetos que querem incentivar a utilização mais eficiente de recursos naturais. 

Como o empresário foi professor de bioquímica antes de fundar a gestora, um dos pontos que mais chamam sua atenção é a questão dos alimentos. Para ele, é necessário pensar numa maneira mais eficiente e sustentável de produzir comida. 

“Estamos indo num ritmo acelerado para uma catástrofe climática. Precisamos plantar árvores de forma obstinada e inseri-las no sistema produtivo. Grande parte das nossas terras é destinada para pecuária e é possível incluir as árvores para diminuir o impacto do setor”, diz Laranja.

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