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Tok & Stok é vítima dos derivativos

Por AE
Atualização:

A Tok & Stok, uma das maiores redes de lojas de móveis e acessórios para casa do País, procurou à Justiça para tentar escapar de um prejuízo milionário com operações de derivativos. A empresa, que tem faturamento bruto de R$ 700 milhões no ano passado, 27 lojas no Brasil e planos de abrir o capital no futuro, questiona uma dívida que pode chegar a R$ 55 milhões com o Itaú BBA decorrente dos contratos com derivativos de câmbio. A origem dos prejuízos são três financiamentos, no valor total de R$ 29,3 milhões. Para reduzir os juros cobrados da Tok & Stok, o Itaú BBA montou operações que associavam os empréstimos a apostas na queda do dólar no mercado futuro, os tais derivativos cambiais. A lógica era a seguinte: enquanto a cotação da moeda americana continuasse baixa e a aposta estivesse certa, a Tok & Stok pagaria pelos financiamentos juros inferiores aos de mercado. Em contrapartida, a empresa teria de pagar somas muito maiores caso a cotação do dólar ultrapassasse determinado valor, ao redor de R$ 2. Como esse cenário parecia altamente improvável até setembro - no começo de agosto, o dólar estava a R$ 1,56 - os derivativos cambiais tornaram-se um negócio irresistível para muitos empresários. Na tentativa de derrubar a dívida nos tribunais, os advogados da Tok & Stok afirmam que a empresa não foi devidamente advertida sobre os riscos da operação. Alegam também que os contratos foram assinados por executivos que não teriam poderes para tanto, sem o conhecimento dos donos da empresa e pedem ao juiz a anulação dos contratos. Em sua contestação, o Itaú BBA afirma que a Tok & Stok sabia o que estava fazendo e possui documentos e gravações de conversas entre funcionários da empresa e do banco para comprovar. Procurados, Tok & Stok e Itaú BBA não quiseram se pronunciar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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