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Tolmasquim: matriz energética precisa de complementos

Por Anne Warth
Atualização:

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse hoje que a matriz energética brasileira é majoritariamente hidrelétrica, mas precisa ser complementada por outras fontes, tais como a biomassa e as térmicas movidas a gás, carvão, óleo e nuclear. Na avaliação dele, não há qualquer problema com o fato de que as usinas térmicas movidas a carvão tenham vencido os últimos leilões de energia, pois 44% da energia gerada no Brasil hoje é renovável. "A média dos demais países é de 13%, e a dos países desenvolvidos, 6%. Não devemos nada a nenhum país e outros precisam fazer muito mais do que nós", disse ele, durante o Fórum Internacional de Energia e Sustentabilidade, a Eco Power, em Florianópolis. Tolmasquim disse que a má fama das usinas hidrelétricas e o hiato de novos projetos devem-se, sobretudo, às práticas do governo militar, que construiu grandes usinas sem realizar consultas à população, realocação adequada, preservação ambiental e ações compensatórias, mas que essa deve continuar a ser a principal alternativa brasileira para a geração de energia. "A hidrelétrica paga um pouco o que ela fez no passado. Ela carrega esse estigma e cabe ao setor mostrar o outro modelo de construção e de relação com a sociedade e o meio ambiente", afirmou. Tolmasquim defendeu ainda o modelo energético dos leilões da EPE, que privilegiam o menor preço possível. Segundo ele, as usinas hidrelétricas e de biomassa são competitivas, mas a energia eólica ainda é muito cara, comparada com a alternativa térmica. "É fundamental que na tomada de decisão o preço seja levado em consideração. A população não quer pagar caro. Além disso, o preço da energia é uma das principais reclamações dos empresários", disse. Parodiando o jogador de futebol Garrincha, ele disse que é preciso "combinar com a população e os empresários". *A jornalista viajou a convite da organização do evento.

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