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Tombini nega divergência sobre derivativos com Fazenda

Por ADRIANA FERNANDES E FERNANDO NAKAGAWA
Atualização:

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, negou hoje que haja divergências entre a instituição monetária e o Ministério da Fazenda em torno da taxação com Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) das operações com derivativos cambiais. Segundo ele, a taxação "está indo bem e funcionando"."Não há divergência entre o Banco Central e o Ministério da Fazenda sobre esse tema. A medida sobre derivativos foi muito importante para que o País chegasse nesse momento de maior volatilidade no mercado internacional com menos apostas contra o dólar, o que tornaria as coisas mais difíceis nesse momento", disse o presidente do BC, numa rápida entrevista após participar de audiência pública no Senado.Segundo ele, essa é uma medida centrada e importante, que contou com o apoio do BC. "Participamos dessa medida sobre um enfoque macroeconômico de estabilidade da economia. A medida está indo bem e está funcionando", afirmou.O presidente disse que está no mesmo "barco" do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que hoje negou que vá retirar a taxação. "O ministro (Mantega) já disse as intenções sobre essa medida e estamos no mesmo barco sobre esse assunto", afirmou Tombini.DéficitMais cedo, durante audiência no Senado, Tombini ressaltou que, apesar da piora do cenário internacional, as contas externas brasileiras seguem com condições de financiamento integral. "Ainda visualizamos folga na capacidade do País de cobrir o déficit em conta corrente", disse. Na audiência, ele explicou que o BC prevê ingresso de US$ 60 bilhões em Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2011.O ingresso de investimento direto deverá ser mais que suficiente para cobrir o déficit em transações correntes que, segundo Tombini, deve ficar em torno de US$ 53 bilhões. Há alguns dias, o BC divulgou previsão de déficit de US$ 54 bilhões em transações correntes.Ainda sobre as projeções oficiais para a economia brasileira nos próximos meses, Tombini disse que espera desaceleração. "A economia vem desacelerando e não há uma parada ponderada pela frente", disse durante a audiência pública. Um dos exemplos foi o mercado de trabalho. Segundo o presidente do BC, esse indicador "perde um pouco o dinamismo", mas a instituição não antevê problemas mais graves.

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