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Tombini prevê fim de pressão inflacionária, rejeita avaliação de estagflação

Presidente do BC afirmou que as medidas de estímulo ao crédito adotadas em julho não são contraditórias com a política monetária

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Por Redação
Atualização:
Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini Foto: Ed Ferreira/Estadão

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta terça-feira que as atuais pressões inflacionárias tendem a arrefecer ou até mesmo a desaparecer, defendendo que a inflação está sob controle e que fechará neste ano dentro dos limites da meta do governo.

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Tombini, que participa de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, disse ainda que não há "contradição ou incompatibilidade" entre as medidas macroprudenciais tomadas recentemente e a política monetária, e rejeitou que o país esteja em "estagflação".

"No médio prazo, pressões inflacionárias ora presentes na economia... tendem a arrefecer ou, até mesmo, a se esgotarem", afirmou Tombini, reforçando a indicação que a Selic não será reduzida e que a política monetária tem de continuar "vigilante".

"Mantidas as condições monetárias, isto é, levando em conta estratégia que não contempla redução do instrumento de política monetária, a inflação tende a entrar em trajetória de convergência para a meta nos trimestres finais do horizonte de projeção do Banco Central", afirmou ele, repetindo a frase publicada na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulga no mês passado. [nL2N0PZ131]

A inflação em 12 meses tem ficado acima do teto da meta oficial, de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.

Atualmente, a Selic está em 11 por cento ao ano e, devido à fraqueza da economia mesmo com a inflação elevada, parte dos agentes econômicos acreditava que o BC poderia reduzir a taxa básica de juros em breve. O raciocínio foi enterrado com a clara sinalização dada pelo BC.

O presidente do BC defendeu ainda que o Brasil não vive um momento de "estagflação", com atividade econômica estagnada e inflação elevada.

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Tombini também defendeu que, apesar de manter a Selic em níveis elevados, as medidas de estímulos ao crédito adotadas em julho não são contraditórias com a política monetária, que busca a estabilidade de preços. [nL2N0Q00ZC]

"Gostaria de afirmar mais uma vez que não há qualquer contradição ou incompatibilidade entre as ações recentes de política macroprudencial e a política monetária, uma vez que são instrumentos que têm objetivos distintos", afirmou ele.

As medidas, que têm potencial para injetar 45 bilhões de reais no mercado, argumentou Tombini, buscam "assegurar a estabilidade financeira".

Sobre a atividade econômica, Tombini afirmou que ela ficou perto da estabilidade no primeiro semestre, mas que é esperada retomada no segundo semestre.

(Reportagem de Luciana Otoni e Silvio Cascione)

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