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Tombini vê inflação 'bem comportada' nos próximos meses

Para o presidente do BC, IPCA fechará o ano dentro do teto da meta, de 6,5%; em 12 meses, índice já acumula alta de 6,37%

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Por Redação
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O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta terça-feira que a inflação deve convergir para a meta se as condições monetárias forem mantidas e que a deflação nos índices gerais de preços tende a se refletir com mais intensidade nos preços ao consumidor, sinalizando que a Selic não deve subir tão cedo. "A inflação mensal ao consumidor se encontra em patamar baixo e deve permanecer bem comportada nos próximos meses. Nesse sentido, deflações nos índices gerais de preços observadas recentemente tendem a se refletir com mais intensidade nos preços ao consumidor", afirmou o presidente do BC em entrevista publicada em órgão de comunicação interna da instituição. A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tem desacelerado nas leituras mensais, mas se mantém próxima do teto da meta do governo em 12 meses. Em maio, o IPCA desacelerou para 0,46%, mas em 12 meses chegou a 6,37%. Já o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) e o IGP-10 tiveram deflação em junho de 0,74%. "Em momentos como o atual, onde a inflação acumulada em 12 meses ainda mostra resistência, a política monetária deve se manter vigilante para mitigar riscos", afirmou o presidente do BC, que disse que a inflação vai fechar o ano dentro da banda de tolerância da meta da inflação. A meta de inflação é de 4,5%, com tolerância de 2 pontos porcentuais para cima ou para baixo. Tombini, contudo, manteve o discurso usado no último Relatório de Inflação e reiterou que mantidas as condições monetárias, a inflação tende a entrar em trajetória de convergência para a meta ao longo do horizonte relevante para a política monetária. O BC elevou a taxa básica de juros em 3,75 pontos porcentuais, para 11% ao ano e a manteve nesse patamar na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Apesar da inflação ao consumidor estar em níveis elevados e flertando com o teto da meta, Tombini voltou a falar que os efeitos do aperto monetário estão por se materializar. Tombini disse que o choque de alimentos que causou a aceleração dos preços no início do ano está se dissipando e se revertendo e que a inflação vai encerrar o ano dentro da meta. "A inflação mensal ao consumidor se encontra em patamar baixo e deve permanecer bem comportada nos próximos meses", disse. Tombini citou que a inflação acumulada em 12 meses deve permanecer ainda em patamar elevado, não só por conta do choque de preços dos alimentos no início do ano, mas também pelo reflexo do realinhamento de preços relativos que ocorre na economia brasileira. Ele citou como exemplos o realinhamento da taxa de câmbio e dos preços livres e administrados. "Ajustes de preços relativos são frequentes e têm impactos diretos sobre a inflação, mas cabe à política monetária conter os efeitos de segunda ordem deles decorrentes", disse Tombini à publicação do BC. Sobre o cenário externo, Tombini disse que a melhor comunicação sobre as políticas monetárias dos bancos centrais de países desenvolvidos ajuda a dar maior previsibilidade às economistas emergentes. Mas ponderou que a recuperação econômica global está mais lenta do que se antecipava.

(Por Tiago Pariz)

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