A pandemia do novo coronavírus não acabou, mas já se pode dizer que, até agora, o mercado imobiliário mostra força e resiliência em relação à covid-19. Primeiro foi em 2020, quando, mesmo após quarentena e paralisação de atividades econômicas, foram lançadas 60 mil unidades em São Paulo.
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Um número inferior ao recorde de 65,3 mil de 2019, mas ainda capaz de levar empresas do setor a ter bons resultados também em vendas. Dez dessas companhias foram contempladas com o Top Imobiliário, premiação criada pelo Estadão com base nos levantamentos feitos pela Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp).
A Cyrela apresentou 24 empreendimentos, avaliados em R$ 3,1 bilhões, e ficou no topo do ranking das Incorporadoras. A MRV conquistou o primeiro lugar entre as construtoras, ao lançar 89 torres de apartamentos, no total de R$ 1,1 bilhão. A Lopes voltou a liderar na categoria Vendedoras, apresentando uma carteira de lançamentos que somaram 7,8 mil imóveis com valor geral de vendas (VGV) de R$ 3,9 bilhões.
Agora, o mercado volta a apresentar reação positiva, com números apontando para um horizonte de crescimento. Segundo o Sindicato da Habitação (Secovi), com o lançamento de 4.760 apartamentos em abril, o acumulado em 12 meses (de maio de 2020 a abril de 2021) chegou a 65,7 mil unidades na cidade, superando a marca de 2019.
O desempenho é puxado pelos imóveis econômicos, que já respondem por 60% dos lançamentos, ante os 49% do ano passado, segundo o Secovi. Para a entidade, as estatísticas comprovam o crescimento, com dados preliminares de maio indicando “uma forte expansão” e aumento na velocidade de lançamentos. Por isso, já revê para cima a projeção de transpor o recorde anterior até o fim deste ano. No entanto, há obstáculos no caminho, como a alta de 15% em 12 meses do custo da construção. Para o mercado, se o quadro persistir, poderá haver aumento no preços dos imóveis capaz até de inibir a realização de novas vendas.