
15 de maio de 2020 | 21h00
A Petrobrás apresentou um prejuízo de quase R$ 50 bilhões somente no primeiro trimestre de 2020, mas isso não afetou a visão otimista dos analistas sobre a empresa. As perdas foram provocadas por impairments (revisão no valor de ativos), mas operacionalmente, os números até março foram considerados melhores que o esperado, e a gestão é apontada como o maior trunfo da estatal para conseguir passar pela crise provocada pela pandemia de covid-19.
Para o analista de renda variável da Daycoval Investimentos, Enrico Cozzolino, a Petrobrás sabe lidar com crises e tem agilidade para solucionar problemas. Ele aponta a cotação do petróleo e a piora nas projeções para atividade econômica global como os principais desafios para a companhia. "Dito isso, a companhia segue seu plano de desinvestimento, focando em ativos core e operacionalmente fazendo aquilo que 'pode ser feito' internamente", destaca Cozzolino.
A rapidez da petroleira para lidar com a queda da demanda chinesa no primeiro trimestre foi um ponto destacado por Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos. "A diminuição da participação da China no mix mostra quão imprescindível é seu petróleo de baixo teor sulfúrico globalmente, e a companhia conseguiu maior diversificação de clientes, mitigando riscos". Ele ressalta ainda que a maioria dos ativos incluídos no impairment foi de águas rasas e profundas, e somente um dos campos do pré-sal entrou na revisão, e reforça a mensagem de que estes últimos são o foco da Petrobrás.
Alvaro Bandeira, sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais, continua confiante na "boa gestão atual da Petrobrás, sem interferências governamentais e que conseguirá sair mais forte depois da crise". Por isso, o banco mantém a companhia como boa opção de investimento de médio e longo prazo, principalmente com a gradual reabertura de algumas economias.
Para Sandra Peres, analista da Terra Investimentos, o cenário de crise deve fazer com que os resultados de 2020 fiquem abaixo do esperado pelo mercado inicialmente. "Entretanto, a empresa vem demonstrando agilidade em solucionar problemas e sua estratégia de manter o desinvestimento e a melhora na gestão de custos e despesas, continuaram favorecendo a empresa nos próximos resultados".
Para a próxima semana, o destaque nas carteiras recomendadas pelas corretoras é a Via Varejo. Ela entrou em quatro listas. A Mirae, uma das que selecionaram a ação para a próxima semana, ressalta os bons resultados operacionais apresentados pela companhia no primeiro trimestre, além da expectativa de que essa tendência continue no segundo, por conta das vendas via e-commerce.
Além de Via Varejo ON, a Mirae incluiu também Banco do Brasil ON em sua carteira, retirando GPA ON e Minerva ON. O Daycoval também inseriu Via Varejo ON no lugar de Vale ON. A MyCap foi outra a incluir Via Varejo ON, juntamente com B3 ON, nos lugares de BR Distribuidora ON e Bradesco PN. Por fim, a Guide fez três mudanças, inserindo Via Varejo ON, Gerdau PN e JBS ON.
A Ativa fez uma alteração, trocando Embraer ON por Camil ON. E a XP também realizou uma troca, retirando GPA ON e incluindo Vivara ON.
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