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Top Picks: Bancos digitais e de menor porte devem acelerar crescimento com juros baixos

Dois dos destaques do mercado de ações são Banco Inter, com alta superior a 130%, e Banco Pan, com valorização de quase 400%; maior alta das gigantes do setor bancário é apresentada pela ação ON do Bradesco, com 24%

Por Renato Carvalho
Atualização:

As decisões recentes do Banco Central, tanto no que diz respeito à regulação quanto aos juros, devem ter impactos positivos para todo o sistema financeiro, mas principalmente para os bancos digitais e de menor porte. Essa é a avaliação de analistas que acompanham o segmento. Neste ano, dois dos destaques do mercado de ações são Banco Inter, com alta superior a 130%, e Banco Pan, controlado pelo BTG Pactual, com valorização de quase 400%. O próprio BTG, que tem atuação mais voltada para investimentos, sobe 230% em 2019.

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Para efeito de comparação, os gigantes do setor bancário têm desempenho muito abaixo dos patamares apresentados por Inter e Pan, por exemplo. Entre os quatro grandes, a maior alta em 2019 é apresentada pela ação ON do Bradesco, com 24%.

Para a equipe de análise da MyCap, a atuação regulatória do BC deve atingir principalmente os bancos mais tradicionais, já que as outras instituições já nasceram com a "promessa" de diminuir a burocracia e democratizar o acesso a serviços financeiros, que é justamente a intenção da autoridade monetária neste momento.

Sobre as perspectivas, os analistas da corretora acreditam numa procura cada vez maior por bancos e outros serviços financeiros digitais. "Outro ponto a ser levado em consideração é o custo destas empresas na captação de clientes, bem menor ante as concorrentes, com perspectiva de crescimentos exponenciais".

Luis Sales, analista da Guide Investimentos, acredita em aumento da competição no setor, e as taxas de juros menores devem beneficiar principalmente os bancos de menor porte. "Estas instituições devem expandir suas carteiras de crédito em velocidade maior", completa.

Para o economista-chefe do banco digital Modalmais, Alvaro Bandeira, a postura do Banco Central certamente é de promover a competição e diminuir a concentração no setor bancário. "Por conta disso, está criando e deve criar maiores facilidades para instituições de menor porte. Porém, é preciso avaliar nichos de atuação, grau de exposição, Índice de Basileia (que mede a capacidade do banco de emprestar dinheiro) e as carteiras que carregam. É preciso analisar situações individuais e não generalizar", ressalta Bandeira.

Banco Pan, antigo Panamericano Foto: Banco Pan/Divulgação

Em relação às carteiras recomendadas para a próxima semana, a corretora com maior número de mudanças é a Mirae Asset, que manteve somente Magazine Luiza ON. Entraram na lista BRF ON, Cogna ON, Ultrapar ON e GPA ON. Sobre esta última, a corretora lembra a reestruturação da varejista continua em andamento, e a próxima etapa é a migração para o segmento Novo Mercado da B3, com a conversão de ações PN em ON, algo considerado positivo pela equipe de analistas. A assembleia será realizada no dia 30.

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A Guide Investimentos fez uma alteração, retirando Rumo ON e inserindo Magazine Luiza ON. A ação é um dos destaques do Ibovespa no ano, com alta próxima a 115%, mas os analistas continuam otimistas com a companhia, por conta da sua evolução na estratégia multicanais e seu diferencial em logística, principalmente em relação às suas concorrentes estrangeiras.

A MyCap fez duas mudanças, com as saídas de SulAmérica Unit e Eztec ON, e as entradas de CSN ON e Raia Drogasil ON. A Terra Investimentos fez uma troca, de Localiza ON por Cemig PN.

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