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Toyota espera crescer quase 40% em 2021, mas teme segunda onda de covid-19

Marca japonesa apresentou ontem a nova Hilux, picape que chegou ao Brasil em 2005 e é líder no segmento em que atua

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Com queda de 39% nas vendas até outubro e corte de 10% de seus funcionários desde o início da pandemia, a Toyota espera recuperar parte das vendas no próximo ano e vender 180 mil unidades, ante 130 mil neste ano. Se atingir a meta, a marca japonesa ainda estará 16,5% abaixo do volume de 2019.

O que pode afetar a recuperação seria uma segunda onda de pandemia da covid-19, que levaria o grupo a rever a projeção, afirma Rafael Chang, presidente da Toyota do Brasil. “Consideramos o cenário atual para a projeção de 2,5 milhões de veículos para o mercado total e 180 mil para a Toyota.”

Rafael Chang, presidente da Toyota do Brasil, torce para que o País não tenha uma segunda ondade covid-19 Foto: Nacho Doce/Reuters

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Chang fez a declaração no início desta noite, logo após o lançamento online da nova Hilux, modelo que está em sua nona geração e é líder de vendas no segmento de picapes de médio porte no Brasil há três anos. As principais concorrentes são Chevrolet S10, Ford Rangere Volkswagen Amarok, outra que teve nova versão lançada recentemente.

Puxado pelo agronegócio, o segmento de comerciais leves (picapes e furgões) registra queda de 20,6% neste ano comparado ao período de janeiro a outubro de 2019. As vendas de automóveis caíram quase 33%. “Mesmo com a pandemia, o mercado de picapes foi impulsionado pelo agronegócio e a Hilux tem a vantagem de ser versátil, serve para o uso pessoal combinado com o trabalho”, diz Chang.

Até outubro, as vendas totais da Toyota somaram 107,4 mil unidades, ante 176 mil em igual intervalo do ano passado. A participação da marca no mercado de automóveis e comerciais leves caiu de 8,09% para 7,14%. A Toyota foi uma das últimas fábricas a retomar a produção após o período mais grave da pandemia, informa o executivo.

O quadro de funcionários teve redução de 600 pessoas, a maioria por meio de programa de demissão voluntária (PDV) e hoje a fabricante emprega cerca de 5,4 mil trabalhadores nas duas unidades de automóveis e na de motores.

Embora a Hilux ainda não tenha versão híbrida, Chang afirma que está prevista a chegada de outros modelos com esta tecnologia, inclusive de produção local, mas não adiantou detalhes. Ele reforça que a companhia vai avaliar novos investimentos para os próximos quatro a cinco anos, e levará em consideração a recente renovação, por mais cinco anos, do programa de incentivos para montadoras doNordeste e Centro Oeste, que deveria acabar neste ano.

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“Precisamos de previsibilidade e de isonomia nas regras do jogo”, afirma o presidente da Toyota. “Obviamente avaliamos o cenário econômico e também as regras que vamos ter nos países onde vamos investir.” A extensão do prazo de incentivos beneficia a Ford e a FCA, instaladas no Nordeste, e o grupo Caoa, com fábrica no Centro-Oeste.

Líder de mercado entre as picapes médias, Hilux está em sua nona geração Foto: Toyota/Divulgação

Preços e novidades

A nova Hilux, produzida na fábrica do grupo na Argentina, custa entre R$ 145,4 mil e R$ 242 mil. Traz algumas mudanças no design e agrega itens de segurança como controle eletrônico de estabilidade, assistente de subida, controle eletrônico de tração e luz de frenagem emergencial automática. A versão SRX tem ainda sistema de pré-colisão frontal e sistema de alerta de mudança de pista.

A fábrica argentina tem capacidade para produzir 140 mil unidades ao ano e o Brasil deverá ficar com 44% desse volume em 2021. No Brasil, a fábrica de Sorocaba deve operar com sua capacidade total, de 120 mil veículos anuais, mas a unidade de Indaiatuba, onde é feito o Corolla, modelo mais vendido da marca, tem previsão de produzir 50 mil unidades, ante uma capacidade de 70 mil.

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