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Trabalhador vai poder usar FGTS em infraestrutura

Expectativa da Caixa é captar até R$ 6 bilhões com operação que deve ser lançada no segundo semestre

Por Wellington Bahnemann
Atualização:

A Caixa Econômica Federal vai lançar no segundo semestre um Fundo de Investimentos em Contas (FIC) para capitalizar o Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS), voltado para infraestrutura, revelou ontem o gerente nacional de Fundos Especiais da Caixa, Roberto Madoglio. "O lançamento do FIC depende da regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM)", afirmou o executivo, que participou de um evento ontem sobre infraestrutura. Com a operação, a expectativa da Caixa é captar entre R$ 3 bilhões e R$ 6 bilhões. O executivo revelou que os trabalhadores poderão investir até 10% do saldo disponível no FGTS no FIC. A operação é semelhante às realizadas em 2000, quando os recursos do FGTS foram usados para a compra de ações da Petrobrás e, em 2002, com ações da Vale. De acordo com Madoglio, a meta de rentabilidade do FI-FGTS é de TR + 6%. "Mas temos obtido uma taxa acima disso", afirmou o executivo. O FIC não terá garantia de rentabilidade mínima para o investidor. Segundo o gerente, a Caixa já planejava lançar o FIC desde o ano passado, quando o FI-FGTS foi criado. "Nós decidimos segurar um pouco esse lançamento para que o FI-FGTS tivesse um histórico de investimento. Agora, isso já existe", comentou. Por lei, o FI-FGTS pode investir R$ 17,1 bilhões em projetos de infraestrutura, dos quais aproximadamente R$ 11 bilhões já foram desembolsados de um total de R$ 13 bilhões já pré-aprovados. Entre os empreendimentos na carteira do fundo está a Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira (RO). "O segmento elétrico representa 70% dos investimentos, por ser o setor regulado mais desenvolvido." A demanda pelos recursos do FI-FGTS, porém, é muito maior do que esses números. Segundo executivo, o fundo avalia neste momento R$ 20 bilhões em investimentos. Esse montante esbarra no limite de R$ 17,1 bilhões autorizados para o FI-FGTS. Para elevar esse valor, o executivo diz que seria necessária uma nova lei. "Isso depende de uma decisão do Conselho Curador do FGTS, que submeteria a nova lei ao Congresso", explicou. A expectativa da Caixa é alcançar o limite de R$ 17,1 bilhões do fundo já no primeiro semestre de 2010. O executivo revelou que o FI-FGTS pode participar como investidor na Hidrelétrica Belo Monte, que o governo federal pretende licitar em setembro deste ano. "Estamos mantendo algumas conversas com as empresas", disse Madoglio. O investimento na usina do Rio Xingu (Pará), com 11 mil MW de capacidade, varia entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões, segundo estimativas do mercado. Madoglio deixou claro que o interesse FI-FGTS é participar de projetos com taxas de retorno atrativas. "Temos pegada de setor privado", disse Madoglio, acrescentando que o fundo pretende participar dos projetos relevantes para o País. NÚMEROS R$ 17,1 bilhões é valor limite de quanto o FI-FGTS pode investir em projetos de infraestrutura. Para aumentá-lo seria necessário aprovar nova lei 70% é a representatividade do setor elétrico nos investimentos, por ser regulado e mais desenvolvido

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