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Trabalhadores elogiam decisão do Copom sobre os juros

Já para a Força Sindical, redução de um ponto percentual na taxa foi decisão 'tímida e insuficiente'

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Por Sandra Manfrini
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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avaliou como "sensata e pragmática" a decisão do Banco Central de reduzir a taxa Selic em um ponto porcentual. "Denota a percepção da autoridade monetária em adequar a política monetária aos instrumentos de enfrentamento da crise econômica global e dos seus desdobramentos na economia brasileira, que se mostram mais intensos que o esperado", diz a CNI, em nota divulgada esta noite.   Veja também: Para indústria, decisão do BC é pragmática e compreende crise Desemprego, a terceira fase da crise financeira global De olho nos sintomas da crise econômica  Dicionário da crise  Lições de 29 Como o mundo reage à crise  A avaliação da Confederação é de que a decisão atende aos anseios da sociedade, representa um primeiro movimento e "que cortes adicionais na taxa básica de juros deverão ocorrer proximamente". "Com esse movimento, a política monetária brasileira acompanha os demais países no uso do instrumento monetário de forma ativa no combate à crise", diz a nota.   A redução da Selic, avalia ainda a CNI, vai ao encontro da "necessidade e urgência de se reduzir o custo do dinheiro, que se encontra em patamar extremamente elevado e em desacordo com as necessidades dos agentes econômicos, sejam eles empresas ou famílias". Apesar de avaliar como positiva a decisão de hoje do Copom, a CNI destaca que só a queda da Selic não é suficiente. "São necessárias medidas que levem à diminuição do spread bancário, de modo a promover redução mais expressiva da taxa de juros para os tomadores de crédito", diz a nota. O spread bancário é a diferença entre o juro do crédito e o custo de captação dos recursos pelo banco.   CUT   O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, disse que a redução da Selic em 1 ponto é uma demonstração de responsabilidade do Copom em relação ao atual cenário econômico.   Hoje, sindicatos de todo o País fizeram manifestações pedindo a queda da Selic. "Esperamos que as reduções de juros continuem ousadas nos próximos meses como forma de estimular a economia, a geração de emprego e de renda", acrescentou.   Na avaliação do presidente da CUT, a redução da taxa básica de juros é simbólica e deve ser acompanhada pela diminuição dos spreads cobrados pelos bancos públicos e privados.   Força: 'decisão tímida   Já o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, considerou "tímida e insuficiente" a queda da taxa básica de juros, de 1 ponto porcentual, para 12,75% ao ano. A entidade cobrava uma redução de, ao menos, 2 pontos porcentuais para aquecer a economia no primeiro semestre e dar ânimo ao setor produtivo. "O governo acertou no remédio, mas errou na dose", afirmou, em nota.   "Os membros do Copom estão com uma visão míope diante da atual crise e deterioração econômica mundial. Infelizmente, mais uma vez o governo se curva para os especuladores. Continuamos com uma taxa básica que é proibitiva para o setor produtivo", disse Paulinho.   (Com Anne Warth, da Agência Estado)