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Transbrasil mantém mistério sobre grupo de investidores

Por Agencia Estado
Atualização:

O novo controlador da Transbrasil, Dílson Prado da Fonseca, mantém mistério sobre o grupo de investidores que dará suporte de US$ 25 milhões à companhia para que ela volte a voar em fevereiro. Durante encontro com jornalistas hoje (AE), na sede da Transbrasil em São Paulo, Fonseca afirmou que não poderia revelar os nomes dos investidores nem a nacionalidade por força do contrato. Fonseca disse que a empresa pretende fazer uma emissão privada de debêntures a serem adquiridas pelos investidores, em data não revelada. Ele reafirmou que a Transbrasil continuará a ser uma companhia aberta e receberá mais R$ 200 milhões, dentro de seis meses, do mesmo grupo. Segundo Fonseca, a Transbrasil mantém um acerto com a companhia norte-americana Dodson International, especializada em compra e venda de aviões, que lhe fornecerá novas aeronaves e turbinas de aviões. Fonseca afirmou também que o Departamento de Aviação Civil (DAC) está ciente dos planos da empresa e que deu aval para que ela volte a operar em fevereiro. O DAC, no entanto, não confirmou a declaração, informando que o plano de retomada da Transbrasil continua sob análise e que mantém o prazo para que ela volte a operar em 3 de fevereiro. O diretor de operações da Transbrasil, Fernando Paes de Barros, declarou que, com o aporte, a empresa tem condições de colocar seus dois Boeings 737-300 e o 767-200 (aviões próprios) no ar. Ele informou que a empresa está negociando a chegada de duas turbinas para colocar nos dois Boeings 767 que estão parados, sem motor. A Transbrasil possui também dois aviões Brasília de sua regional Interbrasil em condições de operar. De acordo com Barros, a companhia voltará a vender passagens e iniciará uma campanha publicitária em breve. O executivo reafirmou que a empresa manterá os 1.200 funcionários e que tem planos de receber três Boeings 737-300 por intermédio da Dodson. Ele frisou que a companhia americana é uma parceira operacional e não se responsabilizará por aportes financeiros. Dívida - O novo presidente da companhia, que adquiriu 78% das ações esta semana por valor simbólico - R$ 1 -, afirmou que a Transbrasil precisa quitar uma dívida de combustíveis de R$ 14 milhões com a Petrobras Distribuidora e de R$ 4 milhões com a Shell para voltar a voar. Outros débitos mais urgentes são com a Infraero e com os funcionários com salários atrasados. "O aporte dará conta desses débitos, que somam R$ 25 milhões", declarou. Segundo ele, as outras ações da Transbrasil estão com a Fundação que reúne os funcionários da empresa e uma pequena parte está no mercado. Dílson Prado da Fonseca afirmou que não conhecia o ex-presidente da Transbrasil, Antonio Celso Cipriani, antes das negociações recentes. Fonseca negou os boatos de que Cipriani - que não compareceu à entrevista - continua comandando a empresa nos bastidores. "Isso não é verdade". Fonseca admitiu que não é milionário e demonstrou insegurança quando questionado se havia analisado as dívidas da Transbrasil, avaliadas em cerca de R$ 1 bilhão. "Ainda estamos calculando". Ele admitiu que deve R$ 1 mil de Imposto de Renda e que participou de negócios no setor de aviação que não deram certo. A Fly Brazil, sua empresa de táxi aéreo, não funciona desde 2000 segundo ele. "Eu estava parado antes de assumir o posto na Transbrasil". Fonseca saiu apressado para participar do Fórum da Aviação, criado hoje em Brasília, deixando muitas dúvidas sobre seu passado como empresário e sobre processos que estaria respondendo na Justiça. Fonseca garantiu que os consumidores que compraram passagens da Transbrasil e ficaram sem reembolso receberão seu dinheiro de volta ou poderão usar o trecho em dobro. A Transbrasil paralisou as atividades no dia 3 de dezembro. "A empresa está na UTI, mas ela está viva e vai voltar a funcionar", garantiu Fonseca.

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