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Transmissão de dados deve ditar investimentos das teles

Projeção do BNDES mostra que setor deve receber investimentos de R$ 67 bilhões nos próximos quatro anos

Por Alexandre Rodrigues
Atualização:

A crescente demanda por serviços de transmissão de dados, com a evolução e vendas aceleradas de aparelhos como o iPhone, vai ditar os investimentos em telecomunicações no País nos próximos quatro anos. A avaliação é do BNDES, que projetou inversões de R$ 67 bilhões no setor até 2013. O montante é parecido com os R$ 66 bilhões aplicados entre 2005 e 2008. Embora tenha liderado os investimentos na infraestrutura até meados da década, o segmento perdeu a posição para a energia elétrica, cujos investimentos projetados pelo BNDES até 2013 somam R$ 92 bilhões.Segundo Alan Fischler, chefe de departamento de telecomunicações, com a universalização da telefonia fixa e celular praticamente completada, o vetor dos investimentos das operadoras migrarão da voz para a transmissão de dados. Mas, agora, os projetos estão mais voltados para manutenção e aprimoramento tecnológico, e não para a expansão física de redes. Na telefonia móvel, por exemplo, a maior parte dos recursos está sendo aplicada na migração para redes 3G, com maior capacidade de transmissão de dados. "As atualizações tecnológicas requerem menos investimento do que o feito para o aumento de cobertura. Por isso, o investimento no setor se manterá mais ou menos nos mesmo nível. Muda o perfil dos projetos", disse Fischler. Segundo ele, as operadoras devem conservar nos próximos anos o padrão de inversão de 12% da receita em projetos. "Teremos cerca de R$ 17 bilhões em investimentos por ano no setor". Desembolso menor. Embora o volume de investimentos das teles tenha sido pouco afetado pela crise, os aportes no setor devem ficar um pouco abaixo da média este ano, admite o executivo do BNDES. A previsão é de queda nos desembolsos para o setor dos R$ 3,23 bilhões de 2009 para R$ 2,22 bilhões este ano. Porém, Fischler acredita que a demanda por investimentos deve se restabelecer em 2011, com fatores indutores como o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) e o restabelecimento da capacidade de investimento da Oi com a entrada da Portugal Telecom. Em 2009, a Oi recebeu um financiamento de R$ 4,4 bilhões do BNDES para seu plano trianual de investimentos. E, segundo Fischler, a entrada da PT não alterou a visão do BNDES sobre a necessidade de fortalecer a empresa para se internacionalizar.

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