BRASÍLIA - O transporte ferroviário obteve crescimento considerável nos últimos anos para a movimentação de carga. É o que mostra a Pesquisa CNT de Ferrovias 2011, que está sendo divulgada neste momento. Segundo o levantamento, a quantidade de carga transportada nos 13 principais corredores de escoamento do País saltou de 404,2 milhões de toneladas úteis em 2006 para 470,1 milhões em 2010, o que representa um aumento de 16,3%. Ao analisar o período entre 1997 e 2007, a movimentação total de cargas nas ferrovias aumentou 86,1%.
O minério de ferro foi o principal produto transportado pela vias ferroviárias em 2010, com peso de 71% sobre o montante total, segundo a pesquisa. Na segunda posição, figuram produtos agrícolas, como soja e farelo de soja, açúcar, milho e carvão mineral.
Atualmente, o sistema ferroviário brasileiro é composto por 30.051 quilômetros de extensão em 12 malhas concedidas, sendo que 11 delas são operadas pele iniciativa privada.
Investimentos
Os investimentos do setor privado em ferrovias brasileiras alcançarão R$ 3 bilhões em 2011, segundo a Pesquisa CNT Ferrovias. De 1997 a 2010, o aporte total da iniciativa privada na malha ferroviária alcançou R$ 24 bilhões, montante 18,5 vezes maior que os investimentos na União no período, que se limitaram a R$ 1,3 bilhão.
Segundo a CNT, esses recursos foram aplicados na melhoria e segurança da malha existente, além da recuperação da frota sucateada, herdada do processo de concessão.
A necessidade de investimentos em ferrovias no País, no entanto, é crescente. Bruno Batista, diretor-executivo da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) destaca que são necessários, pelo menos, R$ 151 bilhões de investimentos nos próximos anos.
Rodrigo Vilaça, presidente da Comissão de Transporte Ferroviário da CNT, destaca que o Ferroanel, em São Paulo, é "a obra mais importante do País", devido à sua relevância não só para o Estado de São Paulo, mas também devido à interligação que fará com diversos corredores de transporte do País.