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Trazer inflação ao centro da meta em 2016 é possível, diz diretor do Banco Central

Em palestra, Volpon afirmou que está otimista em relação à dinâmica da inflação porque o choque dos preços administrados - aqueles controlados pelo governo - tende a perder força

Por FRANCISCO CARLOS DE ASSIS E CARLA ARAÚJO
Atualização:
Banco Central concentra esforços em reduzir inflação em 2016 Foto: André Dusek/Estadão

O diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central (BC), Tony Volpon, reafirmou nesta segunda-feira, 20, que autoridade monetária trabalha para trazer inflação para o centro da meta, de 4,5%, em 2016. Segundo ele, o objetivo é factível. "Como é de conhecimento de todos, nosso objetivo é trazer a inflação para o centro da meta no final de 2016 e garantir sua estabilidade nos anos à frente. Nossa certeza de que levar a inflação à meta em 2016 é factível se baseia, em primeiro lugar, em exercícios quantitativos realizados com nossos modelos", afirmou, durante encontro com investidores em São Paulo, promovido pela CM Capital Markets, casa em que já trabalhou.

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Volpon afirmou que é "otimista" em relação à dinâmica da inflação em 2016, principalmente, porque os choques que têm impactado os preços relativos neste ano tendem a perder força. "O choque de preços administrados atinge seu pico após quatro trimestres, diminuindo rapidamente em intensidade logo depois", disse.

Em sua palestra, com o tema "A Inflação em 2016", Volpon citou os cenários apresentados no Relatório de Inflação de junho. Ele disse ainda que existe um conjunto de trajetórias possíveis para a taxa Selic que levam a inflação a convergir para a meta no final do próximo ano. "A operacionalização da nossa estratégia de política monetária visa a maximizar a probabilidade desta convergência", afirmou.

Volpon afirmou ainda que continuará votando pelo aumento da Selic, pois considera que a meta de levar a inflação para o centro em 2016 precisa ser alcançada. "Eu, pessoalmente, vou votar pra aumento de juro para atingir a meta em 2016", disse. Ainda segundo ele, qualquer Banco Central que começa a reduzir juros "antes da ancoragem das expectativas" corre o risco de a inflação voltar. O diretor do BC citou também a atual situação do mercado de trabalho e disse que muitos analistas têm demonstrado surpresa pela rapidez da distensão atual. "Ao contrário do passado, boa parte da dinâmica inflacionária neste período teria sido determinada não pelo hiato agregado, mas sim pelo hiato do setor de serviços", afirmou.

2017. Volpon afirmou, ainda, que a autoridade monetária está tentando ser "clara e transparente" na comunicação com o mercado e com a sociedade. "A comunicação do BC tem funcionado, as coisas estão indo. Há muito pela frente", ponderou.

Segundo o diretor, ainda há muito trabalho para ser feito, mas é preciso reconhecer os avanços. "Reconhecer algum progresso não é cantar vitória", disse, reforçando diversas vezes que o BC continuará a trabalhar para trazer a inflação para o centro da meta, de 4,5%, em 2016. "Não estou cantando vitória, mas foi bom ter ancorado inflação de 2017", continuou.

Sobre as críticas de que o BC teria errado ao projetar a inflação abaixo da efetiva, Volpon reconheceu que a autoridade pode ter "errado a mão", mas ponderou que o mercado também se equivocou.

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