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Trem-bala substitui duplicação da Via Dutra e dois aeroportos

Fluxo anual de passageiros entre Rio e São Paulo deve subir de 7,8 milhões para 50 milhões até 2044

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Por Eduardo Rodrigues
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BRASÍLIA - Com o leilão marcado para setembro, o Trem de Alta Velocidade (TAV) que ligará Campinas a São Paulo e ao Rio de Janeiro é a alternativa que o governo defende para evitar a necessidade de abertura de uma nova rodovia paralela à Via Dutra e ainda a construção de dois novos aeroportos, nas duas capitais.

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O presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, defende a viabilidade do trem-bala como solução para o crescimento da demanda de passageiros no eixo Rio - São Paulo nas próximas décadas.

De acordo com a estimativa do governo, o atual fluxo anual de 7,8 milhões de passageiros entre as duas metrópoles deve superar a marca de 50 milhões de pessoas em 2044.

"Sem o TAV, seria necessário o investimento de cerca de R$ 30,5 bilhões para a construção de uma nova rodovia paralela à Dutra e ainda a construção de dois novos aeroportos, um no Rio e outro em São Paulo", afirmou Bernardo Figueiredo em audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado.

"Com um investimento semelhante no trem-bala, pode-se absorver essa demanda e ainda duplicá-la posteriormente apenas com a colocação de mais trens em funcionamento", afirmou Figueiredo.

De acordo com ele, somente para a construção de uma nova rodovia para escoar esse tráfego, seriam gastos cerca de R$ 18,5 bilhões, e os outros R$ 12 bilhões teriam que ser investidos em novos aeroportos.

Leilão. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou esta semana o edital da concessão do empreendimento. O leilão dessa primeira etapa está marcado para o dia 19 de setembro e a previsão é de que a linha comece a operar comercialmente em julho de 2020.

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"O TAV é seguro, com risco de morte em acidentes quase zero, além de ser um transporte limpo que garante regularidade e conforto ao usuário", completou Figueiredo.

Ao defender a viabilidade do trem-bala, Figueiredo explicou que o governo terá um gasto de cerca de R$ 28 bilhões para as obras da linha do TAV - que serão licitadas em um segundo momento -, mas ponderou que a expectativa de arrecadação com a outorga da operação do trem na concessão de 40 anos é superior a R$ 30 bilhões. "O esforço público será próximo de zero. Temos uma margem de segurança para isso", concluiu.

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