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Troca de aplicação exige cautela

A alta da inflação preocupa os investidores que já pensam em mudar de investimento. Analistas recomendam cautela, pois a alta dos índices deve ser passageira e não deve ser tomada como base para alteração de sua estratégia de aplicação.

Por Agencia Estado
Atualização:

A alta dos índices de inflação levou a maioria dos analistas a reavaliar o patamar da taxa básica de juros - Selic - estimada para o final do ano. A expectativa de que ela pudesse chegar a 15% ao ano foi praticamente descartada. Isso porque juros mais baixos favorecem o consumo, resultando em um aumento da demanda que pode pressionar ainda mais os preços. Mas os analistas apostam que a pressão de alta sobre os índices de inflação é temporária e que, em setembro, já devem apresentar um forte recuo. De acordo com Marcelo Carvalho, economista-chefe do JP Morgan, a taxa anual deve cair para 16% ao ano até dezembro. "O novo corte deve ocorrer no último trimestre do ano, quando a inflação já estiver mais controlada", explica. A queda mais lenta dos juros faz com os investidores pensem em alterar a estratégia de aplicação de seus recursos. Mas é preciso analisar períodos mais longos, antes de migrar de um investimento para outro. Um aumento pontual da inflação não é motivo suficiente para que o investidor retire seus recursos da renda fixa e os transfira para outros ativos com perspectivas de maiores ganhos, mas com riscos maiores também. A análise de um período mais longo é importante. As ações lideraram o ranking de investimentos no mês de agosto, superando os índices de inflação. Porém, na análise dos últimos oito meses, o Ibovespa - Índice que mede a valorização das ações de empresas mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) - acumula uma valorização de apenas 1,49%, o que fica abaixo da inflação de 7,29% medida pelo Índice Geral dos Preços do Mercado (IGP-M). Período para aplicação deve definir escolha O que, de fato, deve ser levado em conta na hora da aplicação é o período em que se pretende deixar o dinheiro investido. Recursos de curto prazo, ou seja, que serão usados para o pagamento de contas, compra de um imóvel ou financiamento de um bem não devem ser direcionados para aplicações que não oferecem risco. Nesse caso, a indicação continua sendo os fundos DI, que acompanham as taxas de juros. "Para o investidor com obrigações tão urgentes, a situação econômica do País ou a trajetória futura de juros e a inflação têm menor importância, já que o mais importante para ele é não correr nenhum tipo de risco em suas aplicações", afirma Hugo Penteado, economista-chefe e estrategista da ABN AMRO Asset Management. Analise as aplicações de longo prazo O investidor que pode deixar seus recursos aplicados por períodos mais longos, pode optar por ativos com um grau maior de risco, como as ações. Mas isso não é regra geral pois, para que o investidor escolha esse segmento, é preciso que ele tenha tolerância ao risco. Há chances de perdas e o investidor precisa saber qual o melhor momento para vender seus papéis. Esse segmento exige também uma atenção maior por parte dos investidores. Isso porque, para comprar papéis de empresas, é necessário uma análise sobre o segmento em que elas atuam e uma avaliação sobre o desempenho dessas companhias. Quem não tem o hábito de investir nesse mercado, pode optar por um fundo de ações. Nesse caso quem vai escolher quais são os melhores papéis para se comprar é o gestor do fundo de investimento. Veja mais informações sobre investimentos nos links abaixo.

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