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Troca em ministério boliviano agrada Petrobras

Segundo o gerente-executivo da Petrobras, Luis Carlos Moreira da Silva, a renúncia de Andrés Soliz Rada foi uma "boa notícia"

Por Agencia Estado
Atualização:

O gerente-executivo da Petrobras, Luis Carlos Moreira da Silva, disse nesta terça-feira que a mudança no comando do Ministério de Hidrocarbonetos da Bolívia foi uma "boa notícia", pois significa que o governo de La Paz "continua tentando chegar a um acordo" com a estatal brasileira. Andrés Soliz Rada renunciou na última sexta ao cargo de ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia após ser desautorizado pelo governo quando pretendia conceder à estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) o monopólio do mercado dos hidrocarbonetos líquidos produzidos pelas refinarias da Petrobras. O novo ministro de Hidrocarbonetos boliviano, Carlos Villegas, esclareceu na última segunda que a medida - muito criticada no Brasil - foi "congelada" para gerar "condições favoráveis para a negociação". Entretanto, ele disse que a iniciativa não foi cancelada e que a Petrobras não vencerá a disputa com a Bolívia, pois "a resolução será aplicada". A mudança de ministro "seria uma indicação de que as posições mais radicais não foram vitoriosas dentro do governo da Bolívia", disse Moreira da Silva à imprensa após participar do seminário Petróleo e Dinheiro, que acabou nesta terça em Londres. "Acreditamos em uma situação negociada. Parece que a tese de levar em frente o caminho negociado é uma possibilidade mais aceita", declarou. Na sua opinião, Soliz exercia seu cargo "de forma muito política", "muito ideológica" o que dificultava as negociações. "No Brasil se diz que a política é a arte do possível. É necessário que, politicamente, se alcance uma solução possível para os dois lados. Caso um tenha uma posição ideológica, é inflexível e a negociação é muito difícil", acrescentou. Ele admitiu que as negociações com a Bolívia são "difíceis", mas expressou a esperança de que as coisas poderão ser acertadas. A nacionalização dos hidrocarbonetos, decretada em maio pelo presidente Evo Morales, enfrentou muitas dificuldades até agora para ser aplicada.

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