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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

Tsunami, ventania passageira ou correção em degraus?

Por Sonia Racy
Atualização:

Haja coração. A volatilidade dos mercados - que acabaram fechando em baixa - foi mais uma vez violenta, ontem, seguindo comportamento dos últimos quatro dias. Conseqüência das indicações de forte inadimplência no mercado de hipotecas fornecidas sem garantias plenas, o subprime, esta volatilidade está se transmitindo por meio de ajuste de preços para outros segmentos do mercado. Até quando? Quem disser que sabe, mente. Na verdade, a atual tarefa dos analistas é saber o tamanho desta onda: se ela é um tsunami ou apenas uma ventania passageira. Ou se o mercado está em processo de correção descendente, em degraus, com paradas estratégicas. De todo modo, a pergunta é: que efeito terá na economia real? Sergio Vale, da MB Associados, aposta na entrada de um período de correção dos preços de ativos que, eventualmente, poderão impactar o lado real da economia. "Dependendo da intensidade do ajuste e de sua duração, o lado real da economia pode ser contaminado por meio de uma desaceleração da demanda, conseqüência de eventual retração do consumidor americano, por conta da desvalorização de ativos no mercado de ações", lista o economista. Além disso, acha que os impactos financeiros podem afetar a reestruturação em curso da indústria automobilística americana e atingir um segmento que vinha se reorganizando desde o ano passado. Então, acabou a bonança? "Não acredito que estamos no fim do atual ciclo de crescimento. E sim que há potencial para ajustes cada vez mais freqüentes nos próximos meses, afetando de forma importante outros segmentos do lado real, além do mercado imobiliário." Lembrando que o movimento foi iniciado esta semana com a ausência de liquidez nos títulos de dívida relacionados a créditos corporativos, Vale destaca que as operações das empresas Chrysler (US$ 12 bilhões) e Alliance Boots (US$ 10,3 bilhões) fracassaram por falta de interesse dos investidores. O que sinaliza que esse mercado se fechou. Por outro lado, estima-se que Goldman Sachs, Morgan Stanley, Lehman Brothers e Bear Sterns tenham em suas carteiras US$ 180 bilhões de empréstimos aos fundos de private equity para financiar compras/fusões de empresas, como Chrysler e Alliance Boots. Analistas avaliam que a posição total do mercado deve atingir US$ 300 bilhões. Ben Bernanke, do Fed, já aludiu a perdas de US$ 100 bilhões. IMPRESSÃO DIGITAL Esta semana, ao assumir a presidência do recém-criado Conselho de Estudos Ambientais da Federação do Comércio de São Paulo, o professor José Goldemberg contabilizava: já são 47 - quase a metade - os senadores dos EUA dispostos a aprovar limites para a emissão de dióxido de carbono e outros gases responsáveis por mudanças no clima. "Trata-se de um grande avanço e uma boa notícia, principalmente se se considerar que, quando o Protocolo de Kioto foi assinado em 97, não havia um único senador favorável à adesão americana aos seus termos", destacou Goldemberg. NA FRENTE OLIGOPSÔNIO Devido ao estrondoso sucesso do IAA, o governo Lula está insistindo em enquadrar o etanol na Lei do Petróleo, o que deixaria a Petrobrás com o monopólio do setor. Para tanto, estão colhendo a assinatura de oito ministros. Acontece, segundo fonte do setor, que produção e distribuição de petróleo é muito diferente do etanol. No caso do petróleo, existe um produtor de gasolina e 10 a 11 distribuidores. No caso do etanol, são 400 produtores para 10 a 11 distribuidores. "Querem formar um oligopsônio", diz um usineiro. Pois é, o Brasil não aprende mesmo com sua história. PRESENTE DE GREGO Infelizmente, a única forma de energia comercializada no leilão do governo, ontem, foi a de térmicas a óleo. Como estas térmicas são apenas um seguro para o sistema - não vão gerar o tempo todo -, o custo deste seguro foi de R$ 135,00/MWh. Mas o custo real desta geração a óleo, se for utilizada, é da ordem de R$ 400,00/MWh. É torcer para São Pedro. FOCO BRASIL De olho também no BMG, está o Dresdner Bank. Que aceitaria até ser minoritário. CRISE AÉREA Com a crise aérea, a Hertz Rent a Car está oferecendo 50% de desconto na taxa de devolução do veículo em São Paulo, Campinas e Rio. CRISE AÉREA2 Já o Hotel Sonesta Brasília lança promoção voltada aos passageiros que sofrem nos aeroportos com a crise aérea. Todos aqueles que tiverem seus vôos atrasados no Aeroporto Internacional de Brasília, ou não tenham previsão de embarque, podem se beneficiar da "Tarifa Promocional do Apagão Aéreo". É preciso, porém, apresentar o cartão de embarque no momento do check-in. CHURRASCO Os produtores de carne da Argentina continuam preocupados. E não só porque em junho exportaram 35.415 toneladas, ante 55.893 em junho de 2005. Mas sobretudo porque, nos primeiros seis meses deste ano, o Brasil, que nos anos 90 importava carne argentina, exportou 345% mais que os frigoríficos do país vizinho. MÁQUINA DE CALCULAR O forte desempenho da arrecadação, até agora, fez o Credit Suisse elevar sua projeção de superávit primário de 3,75% para 3,85% do PIB em 2007. Já incluindo o desconto das despesas com os Projetos Pilotos de Investimentos. CURTAS O dado é da CNA. No primeiro semestre, as exportações do agronegócio cresceram nada menos que 25,3%. Clifford Sobel, embaixador dos EUA no Brasil, participa quinta-feira, na Fiesp, de mesa-redonda sobre responsabilidade socioambiental. O Lide recebe, dia 7, Atsutoshi Nishida, CEO da Toshiba Corporation, no Hotel Renaissance. Apesar da concorrência, o Terra fechou o primeiro semestre de 2007 com 2,4 milhões de assinantes, sendo 1,9 milhão de banda larga.

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