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Tucuruí ampliará oferta de energia em 110 MW

Por Agencia Estado
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A Eletronorte deverá concluir, até o final de junho, os trabalhos para elevar em dois metros o nível de enchimento do reservatório da usina hidrelétrica de Tucuruí, até atingir a cota de 74 metros. A iniciativa, que deverá custar R$ 30 milhões em indenizações a famílias que ocupam a área a ser alagada, permitirá a ampliação da oferta de energia da usina em 110 megawatts (MW) firmes. "É como se incorporássemos uma usina nova do porte da hidrelétrica de Balbina", comparou o presidente da Eletronorte, José Antônio Muniz Lopes. A ampliação do lago de Tucuruí, que possui 4,250 mil MW de capacidade instalada, e a conseqüente elevação da produção de energia da usina atende à determinação da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica(GCE), com o objetivo de maximizar o aproveitamento dos ativos de geração existentes. De acordo com Muniz, embora a usina estivesse operando com a cota de 72 metros, foi projetada para acumular água até o nível de 74 metros. "Não usávamos a capacidade máxima porque não foi necessário até o momento", disse o presidente da Eletronorte. O enchimento foi iniciado há cerca de um mês e está ocorrendo lentamente, para não colher de surpresa famílias que habitam as ilhas formadas pelo reservatório da usina. Segundo os cálculos de Muniz, cerca de 2 mil famílias estão ocupando áreas em cerca de 600 ilhas. Como se trata de área que já havia sido desocupada anteriormente para a formação dos resevatórios, essas famílias estão sendo indenizadas apenas pelas benfeitorias realizadas. Antecipação Também como parte dos esforços de otimizar a producão da hidrelétrica de Tucuruí, a expectativa de Muniz é de que o início de operação da primeira máquina geradora da segunda fase de construção de Tucuruí ocorra em dezembro, com uma antecipação de mais de um ano em relação ao cronograma inicial. "Deveremos instalar o rotor desta primeira máquina nos próximos dias", previu Muniz. Ele acrescentou que o cronograma de entrada de operação de máquinas da segunda fase foi acelerado também por determinação da GCE. E somente foi possível graças aos esforços dos fabricantes, acrescentou. A segunda fase de Tucuruí, que agregará 4,125 mil MW à capacidade existente, deverá custar US$ 1,250 bilhão, segundo Muniz. "Além das obras de construção e da instalação dos novos grupos geradores, será necessário reformar e modernizar a primeira fase da usina, para que possa existir uma operação integrada", disse o presidente da Eletronorte. A segunda fase de Tucuruí deverá estar operando plenamente em 2006. A hidrelétrica de Tucuruí teve destacada atuação no suprimento das regiões Nordeste e Sudeste, as mais afetadas pelo déficit hídrico no ano passado, durante o racionamento. Segundo Muniz, a hidrelétrica "exportou" para as duas regiões, por meio das interligações entre os sistemas elétricos, uma média de 1,3 mil MW. No ano passado, Tucuruí produziu 28 Terawatts-hora (TWh), "quase 10% de toda a energia gerada no País", disse Muniz.

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