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Turbulências podem favorecer Brasil, crê Mantega

Por ISABEL VERSIANI
Atualização:

As turbulências nos mercados globais poderão antecipar a concessão do grau de investimento ao Brasil por agências de classificação porque os investidores tenderão a ficar mais seletivos e priorizar economias que apresentem menor risco. A avaliação é do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que também afirmou nesta sexta-feira que a recente alta do dólar frente ao real deve "acalmar" alguns setores da economia. Para Mantega, o nervosismo dos mercados não deve perdurar. Mas, caso isso ocorra, o Brasil "tem muita bala na agulha" para enfrentar a situação. Ele destacou as reservas internacionais elevadas --que deixam o país "a cavaleiro" para enfrentar cenário de escassez de recursos-- e afirmou que o país é hoje um destino seguro para investimentos. "Passada a turbulência, os capitais vão procurar fazer investimentos mais seguros nos países sólidos e certamente hoje o Brasil está entre eles", disse Mantega a jornalistas na entrada do ministério. "Talvez até faça com que o ''investment grade'' chegue mais rapidamente." O ministro evitou comemorar a valorização do real, mas afirmou que o movimento poderá contentar alguns setores. "Eu não aposto na turbulência para melhorar o câmbio no Brasil, mas é claro que o câmbio (dólar) subiu e deve ter acalmado alguns setores que reclamavam do câmbio (real) valorizado", afirmou. A moeda norte-americana subiu 1,3 por cento, para 1,952 real. Na semana, o dólar acumulou alta de mais de 2 por cento. Mantega avaliou ainda que, por enquanto, não é possível falar em crise, já que as tensões nos mercados não atingiram a economia real. Ele voltou a frisar que as turbulências não afetarão a política monetária brasileira, que é pautada pelo comportamento da inflação. "Como a inflação está abaixo do centro da meta, não há nenhuma razão para mudança de política monetária." Os bancos brasileiros também estão sólidos, acrescentou Mantega. "Acredito que eles não estão com o crédito ''subprime'', que é o crédito imobiliário norte-americano de segunda linha."

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