Um tribunal da Turquia decidiu nesta sexta, 3, prender formalmente cinco suspeitos por suposta ajuda durante a fuga do ex-presidente da Nissan-Renault, Carlos Ghosn.
O país havia detido um grupo de sete pessoas na manhã da quinta, 2, formado por quatro pilotos, dois trabalhadores de solo de um aeroporto e um funcionário de transporte de carga.
Ghosn tinha um julgamento marcado para 2020 e fugiu do Japão para o Líbano nesta semana, se evadindo das acusações de fraude financeira. Dados de rastreamento de voo sugerem que Ghosn usou dois aviões diferentes para voar para Istambul e depois para o Líbano.
Ele é acusado por promotores de informar ao fisco ganhos menores do que realmente recebeu e temporariamente transferir seus prejuízos financeiros pessoais para as contas da Nissan. Um tribunal permitiu a prisão domiciliar mediante o pagamento de uma fiança de US$ 13,8 milhões. Ghosn nega as acusações.
Como o processo se arrastava, Ghosn estudou casos de criminosos famosos que fugiram do sistema judiciário japonês e ficou convencido de que jamais teria um julgamento justo no Japão, considerando a porcentagem de 99% de condenações decididas pela justiça do país.
O ex-presidente da Nissan chegou a receber em casa o produtor de Hollywood John Lesher, que conquistou um Oscar em 2014 pelo filme Birdman, estrelado por Michael Keaton. O encontro foi para discutir o roteiro da sua própria história, descrevendo o que considera uma prisão injusta decidida pelas autoridades japonesas e sua luta para provar sua inocência.
Todos os elementos de um thriller no estilo de Hollywood se conjugaram: um avião particular transportando um fugitivo, vários passaportes, rumores de que forças ocultas operaram no caso e pessoas poderosas negando saber alguma coisa a respeito./ Com informações da Reuters