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UBS enxuga banco de investimentos e fortalece conselho

Por Hélio Barboza
Atualização:

O grupo financeiro suíço UBS submeteu-se parcialmente à pressão dos investidores, divulgando planos de enxugar seu banco de investimentos e fortalecer o conselho de diretores numa tentativa de dar uma virada após as pesadas perdas e baixas contábeis relacionadas ao crédito de alto risco de inadimplência (subprime), anunciadas recentemente. O banco de investimentos do UBS opera no Brasil por meio do Pactual, comprado em 2006. "Mudanças fundamentais são necessárias na forma como examinamos o risco e as implicações disso no escopo das atividades nas quais queremos que o banco esteja engajado", discursou o presidente nomeado do banco suíço, Peter Kurer, na assembléia de acionistas realizada na Basiléia. Kurer deve receber apoio dos acionistas na assembléia para juntar-se ao conselho de administração, que por sua vez deve obter apoio para um aumento de capital de 15 bilhões de francos suíços (US$ 15 bilhões), a segunda injeção de recursos no banco em dois meses. Como parte das mudanças, o UBS anunciou que simplificará sua estrutura e se apoiará mais em sua saudável operação de private banking, reduzindo o tamanho do banco de investimentos e modificando a forma de atuação do conselho administrativo. Apesar das concessões, alguns investidores ativistas disseram que o banco deveria fazer mais para se reerguer. O grupo de investimentos Ethos informou que pedirá a realização de uma assembléia extraordinária no final deste ano para designar novos membros do conselho com mais experiência no setor bancário. O UBS é um dos bancos mais atingidos pela atual crise relacionada às hipotecas subprime nos EUA e foi pressionado por investidores ativistas para substituir sua diretoria e reorganizar as operações a fim de voltar a ser rentável. Kurer disse que o UBS reformulará seu conselho e, entre outras coisas, criará um comitê de risco para avaliar melhor as ameaças do mercado. Ele informou ainda que o banco pretende levar novos talentos ao conselho de administração, na medida em que alguns conselheiros saiam nos próximos meses. O executivo-chefe do UBS, Marcel Rohner, acrescentou que o banco já começou a reduzir suas posições de risco, mas ainda tem muito a fazer para se livrar de ativos perigosos. Em meio à crise, o UBS já registrou mais de US$ 37 bilhões em baixas contábeis, mas ainda mantém considerável volume de ativos de risco. "Hoje nossas posições problemáticas são apenas um terço do que eram em setembro", disse Rohner, sem revelar os números. As informações são da Dow Jones.

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