PUBLICIDADE

Publicidade

UBS pede apoio de investidores a injeção de capital de US$12 bi

Por THOMAS ATKINS
Atualização:

O presidente do conselho do UBS, Marcel Ospel, que enfrenta a fúria de investidores por causa de grandes perdas com créditos de risco, informou que é "absolutamente necessário" os acionistas apoiarem uma injeção de capital de 13 bilhões de francos suíços (11,94 bilhões de dólares) de Cingapura e de um investidor do Oriente Médio. "Hoje precisamos de seu apoio para um fortalecimento maciço de nossa base de capital", disse Ospel em reunião extraordinária com acionistas. "Acreditamos que esta medida é absolutamente necessária." Ospel tem sobrevivido no comando do gigante suíço depois afastar importantes gerentes no ano passado. O banco sofreu baixas contábeis de 18 bilhões de dólares após investimentos desastrosos em ativos vinculados a hipotecas de risco dos Estados Unidos. As piores baixas contábeis entre instituições financeiras da Europa geraram prejuízo em 2007, o primeiro do UBS desde sua criação e forçou a instituição a buscar 19 bilhões de francos suíços em capital emergencial para reparar suas contas. Apesar de enfrentar pedidos para sua saída, Ospel afirma que ele não "abandonará de maneira imprudente" suas responsabilidades. "Pretendo garantir que o UBS retorne à rota de sucesso." Ele afirmou ainda que o UBS vai redobrar esforços para cortar suas exposições a ativos vinculados a hipotecas. O banco julgou mal tendências de mercado com os investimentos em créditos de risco e falhou em reagir adequadamente, disse Ospel. "Julgamos certos mercados de maneira errada. E subsequentemente nós notamos este erro, mas por causa da rápida evolução dos eventos não fomos capazes de reagir a tempo." Mais cedo, milhares de acionistas se dirigiram para uma arena esportiva na Basiléia para uma assembléia de emergência que começou às 6h (horário de Brasília) e está sendo considerada como a mais importante reunião de investidores da história do UBS. A reunião pode durar a maior parte do dia antes que a injeção de capital seja votada. "Eu creio que o melhor seria se todo o conselho de administração seja substituído e que suas aposentadorias retiradas", disse um acionista suíço visivelmente irritado. "Se vocês tivessem ouvido os alertas anteriores, tudo isso não teria acontecido." Os acionistas terão de votar sobre a emissão de 11 bilhões de francos em títulos conversíveis em ações do UBS para a Corporação de Investimento do Governo de Cingapura (GIC). A proposta também envolve votação de uma outra emissão de 2 bilhões de francos em títulos conversíveis para um investidor do Oriente Médio que não teve sua identidade revelada. O UBS também planeja ampliar seu capital em mais 6,4 bilhões de francos com a substituição de dividendo de 2007 em dinheiro por dividendo em ações e por meio da venda de ações disponíveis em sua tesouraria. O valor das ações do UBS caiu mais de 50 por cento desde meados de 2007 e analistas consideram que há poucas chances dos acionistas rejeitarem a moção de aumento de capital dado o tamanho das perdas do banco.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.