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UBS troca comando e reduz banco de investimentos

Instituição já perdeu US$ 37 bilhões com crise das hipotecas nos EUA

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Por Redação
Atualização:

O banco suíço UBS, um dos que mais perderam com a crise das hipotecas de alto risco (subprime) nos Estados Unidos, anunciou ontem duas importantes mudanças. A primeira é uma redução das atividades do banco de investimentos. A outra é a substituição do presidente do Conselho de Administração: sai Marcel Ospel, que estava no cargo há seis anos, e assume Peter Kurer. Segundo analistas, o UBS submeteu-se parcialmente à pressão de investidores, ao divulgar planos de enxugar o banco de investimentos e fortalecer o conselho de diretores. No Brasil, o UBS controla o banco Pactual. "Mudanças fundamentais são necessárias na forma como examinamos o risco e as implicações disso no escopo das atividades nas quais queremos que o banco esteja engajado", discursou Kurer, na assembléia de acionistas realizada na Basiléia. Como parte das mudanças, o UBS anunciou que simplificará sua estrutura e se apoiará mais em sua saudável operação de private banking, reduzindo o tamanho do banco de investimentos e modificando a forma de atuação do conselho administrativo. Apesar das concessões, alguns investidores ativistas disseram que o banco deveria fazer mais para se reerguer. O grupo de investimentos Ethos, por exemplo, disse que pedirá a realização de uma assembléia extraordinária no fim do ano para designar novos membros do conselho com mais experiência no setor bancário. Kurer informou que o UBS reformulará seu conselho e, entre outras coisas, criará um comitê de risco para avaliar melhor as ameaças do mercado. Ele informou ainda que o banco pretende levar novos talentos ao conselho de administração. Segundo ele, alguns dos conselheiros atuais devem deixar seus cargos nos próximos meses. O executivo-chefe do UBS, Marcel Rohner, acrescentou que o banco já começou a reduzir suas posições de risco, mas ainda tem muito a fazer para se livrar de ativos perigosos. Em meio à crise, o UBS já registrou mais de US$ 37 bilhões em baixas contábeis, mas ainda mantém considerável volume de ativos de risco. "Hoje nossas posições problemáticas são apenas um terço do que eram em setembro", afirmou Rohner, sem detalhar os números. Rohner disse que o UBS reduzirá sua operação em renda fixa e cortará despesas no banco de investimentos. Mas ele negou uma eventual separação do banco de investimentos, como pediam alguns acionistas. O executivo reiterou que o banco de investimentos terá de gerar o capital necessário para sua expansão e não será mais subsidiado pela unidade de administração de bens. AMBAC A Ambac, segunda maior seguradora de bônus dos Estados Unidos, entrou no vermelho no primeiro trimestre, quando registrou prejuízo de US$ 1,66 bilhão, ou US$ 11,69 por ação, comparado a um lucro líquido de US$ 213,3 milhões, ou US$ 2,02 por ação, no mesmo período de 2007. Analistas esperavam perdas de US$ 1,51 por ação. A companhia registrou prejuízos de US$ 1,73 bilhão em obrigações de dívida colateralizada (CDOs, na sigla em inglês), US$ 292,2 milhões em carteira e outros investimentos, e US$ 1,04 bilhão em provisões. A receita, que inclui muitas das perdas de investimento, ficou negativa em US$ 1,56 bilhão.

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