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UE anuncia pacote de 200 bi de euros contra a crise

Dinheiro será usado estimular investimentos e o consumo e gerar empregos.

Por Márcia Bizzotto
Atualização:

A Comissão Européia, braço Executivo da União Européia (UE), propôs nesta quarta-feira um pacote de medidas que prevê incentivos fiscais no valor de 200 bilhões de euros (cerca de US$ 258 bilhões) para estimular os investimentos na indústria, a criação de empregos e recuperar o consumo nos países do bloco. O valor equivale a 1,5% do PIB comunitário, quase o dobro do orçamento europeu para este ano - de 110 bilhões de euros - e mais do que havia sido estimado na semana passada pelo ministro alemão de Economia, Michael Glos - que disse que o plano seria de 130 bilhões de euros, o equivalente a 1% do PIB da UE. Em entrevista coletiva, o presidente do Executivo, José Manuel Durão Barroso, justificou a magnitude do pacote dizendo que se trata de uma resposta "extraordinária" para um momento de crise igualmente "extraordinário". Em 14 de novembro, a UE confirmou que os países da zona do euro entraram pela primeira vez em recessão desde o lançamento da moeda comum, em 2002. Incentivos nacionais Do valor total do pacote, 170 bilhões de euros serão resultado de incentivos fiscais que os governos nacionais deverão conceder, explicou Barroso. Para compensar, a Comissão Européia se dispõe a dar mais flexibilidade para que os 27 países do bloco adaptem sua política fiscal, permitindo que superem temporariamente o teto de 3% de déficit estabelecido pelo Pacto de Estabilidade europeu. Outros 15 bilhões de euros virão de um aporte do Banco Europeu de Investimentos (BEI), que teria seu capital ampliado para 60 bilhões de euros, e o restante seria proveniente do orçamento da UE. O pacote será debatido pelos ministros de Economia europeus no próximo dia 2 e, apesar da relutância de muitos governos nacionais em aumentar o gasto público, Barroso disse confiar que o plano será aprovado pelos governantes dos 27 países-membros na próxima cúpula européia, no dia 11 de dezembro. "O plano será capaz de manter o emprego de milhares de pessoas no curto prazo. Poderá transformar esta crise em oportunidade para criar um crescimento limpo e mais e melhores empregos no futuro", defendeu. Inovação Bruxelas quer que os estímulos financeiros do pacote que sejam concedidos à indústria européia sejam aproveitados para torná-la mais moderna e limpa e para desenvolver produtos com maior eficiência energética e menor emissão de gases que provocam o efeito estufa. O setor automotivo, um dos mais afetados pela crise na UE, teria à sua disposição um fundo de 5 bilhões de euros para financiamentos de projetos de investigação e desenvolvimento de novas tecnologias. O mesmo valor seria investido na melhoria das conexões que fornecem energia à UE e da infra-estrutura para internet de banda larga, segundo Barroso. O Executivo também propõe reservar 1 bilhão de euros para projetos de edifícios com eficiência energética e outros 1,2 bilhão de euros para uma iniciativa que chama de "fábricas do futuro" que também teriam maior eficiência energética e baixa emissão de poluentes. Ao mesmo tempo, a Comissão Européia se dispõe a agilizar o pagamento de 4,5 bilhões de euros dos fundos estruturais de coesão social e 1,8 bilhões dos fundos estruturais para facilitar o investimento público em políticas laborais, na ajuda aos grupos mais vulneráveis da população e em projetos que resultariam na criação de novos postos de trabalho. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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