O comissário europeu de comércio, Pascal Lamy, apresentou hoje a proposta da Comissão Européia para as negociações no âmbito da Organização Mundial de Comércio (OMC) para a liberalização dos setores de serviços para a área ambiental, distribuição (supermercados), turismo e telecomunicações. A oferta exclui os serviços públicos europeus, preservando os setores de educação, saúde e audiovisual. A oferta traz como novidade a abertura dos serviços postais e informática, atendendo uma das demandas brasileiras. Segundo Lamy, um dos principais pedidos dos países em desenvolvimento era de que a União Européia (UE) aceitasse a mão-de-obra juntamente com o serviço fornecido. Bruxelas pretende aceitar a entrada temporária desta mão-de-obra. Entretanto, a liberalização do setor de audiovisual, carro-chefe dos pedidos norte-americanos, e que também atenderia às pretensões de países como o Brasil, não será flexilizada ?em uma polegada?, disse Lamy. A UE tem interesses ofensivos fortes nesta negociação: os serviços representam cerca de 65% do Produto Interno Bruto (PIB) comunitário e mais de 67 milhões de europeus estão empregados nos setores comerciais. O comissário não quis detalhar a oferta, antes que seja avaliada pelo Conselho de ministros e pela comissão parlamentar, o que deve ser feito até meados de março. Só depois, a proposta será encaminhada à OMC. Os prazos do ciclo das negociações lançadas em Doha (Catar), novembro de 2001, prevêem que todas propostas estejam em Genebra até 31 de março.