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UE duvida que Rodada de Doha seja retomada no curto prazo

Peter Mandelson, comissário de Comércio da União Européia, afirmou, no entanto, que a UE "pressionará com força" no decorrer do segundo semestre para tentar voltar às discussões

Por Agencia Estado
Atualização:

O comissário de Comércio da União Européia (UE), Peter Mandelson, disse nesta terça-feira "duvidar muito" que as negociações da Rodada de Doha, dentro da Organização Mundial do Comércio (OMC), sejam restabelecidas no curto prazo. Em entrevista coletiva, Mandelson afirmou que a UE "pressionará com força" no decorrer do segundo semestre para tentar voltar às discussões, mas disse: "Quando? Não sei. Duvido que seja em breve". Por isso, o negociador da UE propôs iniciativas, como a de "salvar" o acordo de ajuda ao desenvolvimento, que permite que os países menos desenvolvidos tenham acesso aos mercados dos ricos, mediante um regime sem cotas ou tarifas para seus produtos. Mandelson pediu que seja mantida esta parte das negociações, a mais concentrada nos países em desenvolvimento, "à parte da rodada" em si. Neste sentido, afirmou que tentará convencer o Grupo dos Vinte (G20, grupo países emergentes liderado por Brasil e Índia). O comissário, que negocia em nome da UE, insistiu em responsabilizar os Estados Unidos, por não ceder na redução de ajudas agrícolas internas, como o culpado pela interrupção da Rodada de Doha. As discussões foram iniciadas em 2001 a fim de aprofundar a liberalização comercial mundial. Olhar para a frente Mandelson disse, no entanto, que "é preciso olhar para frente" e tentar prosseguir o trabalho para retomar a rodada, pois, com a situação atual "todos perdem, inclusive os Estados Unidos". O comissário afirmou que, após a pausa do verão no hemisfério norte, proporá um "plano de ação" que consiste em implementar, o mais rápido possível, as medidas em favor dos produtos dos países menos desenvolvidos. Esse plano prevê ainda uma discussão sobre as regras de origem e os mecanismos de solução de controvérsias dentro da OMC. Acordos O comissário de Comércio disse que a UE manterá sua agenda comercial, tentando reforçar vínculos com a China, outros países asiáticos e seus acordos com os países do grupo África, Caribe e Pacífico, embora "Doha continue sendo uma prioridade". Perguntado sobre o futuro da negociação de um acordo com o Mercosul, afirmou que a UE "refletirá" e debaterá a questão com o bloco.

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