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UE espera eleição para discutir ações no Mercosul

Por Agencia Estado
Atualização:

O comissário responsável pelo comércio exterior da União Européia (UE), Pascal Lamy, afirmou hoje à Agência Estado, que acompanha com "muita atenção" o processo eleitoral no Brasil, porque o resultado influenciará em novas ações no processo de negociação com os países do Mercosul. Lamy, entretanto, não quis especificar qual seria a diferença de estratégia entre uma possível vitória do candidato Luís Inácio Lula da Silva, da coligação PT-PL, ou de José Serra, PSDB. Ele reiterou o interesse europeu de integração com o Mercado Comum do Sul. "Parece que estamos sozinhos neste interese, porque o cesto comercial Mercosul atravessa uma realidade conturbada", acrescentou. Lamy lembrou que esteve em julho no Brasil para a reunião ministerial, onde foram traçados os próximos passos da negociação entre os dois blocos. Na época, ele encontrou-se com os candidatos Lula e Serra e conversaram sobre os projetos de governo em relação à Europa. Dos dois candidatos, Lamy obteve a garantia do interesse em continuar a negociação, embora o candidato do PT tenha dado várias declarações reforçando estar mais próximo da Europa do que de uma possível Área de Livre Comércio das Américas (ALCA). Futuro previsto Pelo que ficou acertado no Brasil, os negociadores deverão apresentar as ofertas de liberalização para o comércio de bens até fevereiro de 2003 e somente em 30 de abril haverá as primeiras ofertas para o comércio de serviços e para compras governamentais e regras de investimento. As próximas rodadas de negociação estão marcadas para novembro, em Brasília, e para abril de 2003, em Assunção. Somente no segundo semestre do próximo ano, a partir de outro encontro ministerial, desta vez em Bruxelas, começará o processo conclusivo. A liberalização está prevista para ser realizada em 10 anos, depois da conclusão do acordo, e nenhum setor deve ficar de fora das negociações. O tema dos subsídios à agricultura, de forte interesse para o Mercosul, será tratado, no entanto, segundo os europeus, somente no âmbito das rodadas multilateriais da Organização Mundial do Comércio (OMC), com encerramento previsto para o começo de 2005.

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