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UE não descarta novas medidas para a dívida grega

Por AE
Atualização:

A União Europeia (UE) não descartou novas medidas para lidar com o persistente problema da dívida da Grécia, disse o representante da Comissão Europeia em Atenas, Panos Karvounis, em entrevista publicada hoje. "A análise da dívida grega será feita pela UE, pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Central Europeu (BCE) na próxima revisão do plano de recuperação, em maio", afirmou ao diário To Vima. "De acordo com as conclusões desta revisão, a análise pode levar a uma adaptação das medidas previstas no plano de recuperação econômica", disse Karvounis.O alerta da Comissão Europeia foi feito no mesmo dia em que a explosão da crise da dívida da Grécia completou um ano. Foi em 23 de abril de 2010 que o primeiro-ministro grego, George Papandreou, anunciou na remota ilha de Kastelorizo a "necessidade urgente do país em formalmente pedir a nossos parceiros que mobilizem o mecanismo de apoio". A solidariedade internacional, disse então Papandreou, iria mostrar ao mundo que "a União Europeia protegerá nossos interesses comuns e nossa moeda comum".Desde 23 de abril do ano passado, 160 mil pessoas perderam seus empregos na Grécia, com as medidas de austeridade do governo acelerando as demissões e as falências de empresas. A dívida nacional deverá superar o nível considerado de emergência, ou 150% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011. Apesar de o governo negar quase diariamente, atualmente 47% da população acredita que o país precisará reestruturar sua dívida, com apenas 24% dos gregos não acreditando que isso será necessário, informa uma pesquisa de opinião, do Instituto Alco, que deverá ser publicada amanhã. A pesquisa entrevistou mil pessoas entre 15 e 19 de abril.Um representante dos países que participaram do pacote de socorro à Grécia esteve em Atenas no começo deste mês para revisar os planos do governo grego a respeito do pagamento da quinta parcela do empréstimo de ? 110 bilhões concedido à Grécia, em três anos, pela UE e pelo FMI. Os planos incluem privatizações amplas e a venda de ativos estatais entre 2012 e 2015, mas analistas temem que isso não será o suficiente, o que levou a especulações de que uma reestruturação da dívida esteja à vista.A Grécia reagiu com raiva aos persistentes rumores de que estaria buscando termos mais favoráveis para pagar sua dívida de ? 340 bilhões (US$ 485 bilhões) que colocou os mercados em alerta.A taxa de retorno do bônus benchmark do governo grego pulou para mais de 14% pela primeira vez desde que a zona do euro foi criada, o que reflete dúvidas profundas sobre a capacidade da Grécia estabilizar suas finanças. O ministro de Finanças da Grécia insistiu na quarta-feira que a dívida do país é "viável" e que Atenas ainda pretende levantar dinheiro nos mercados no próximo ano, apesar das taxas de juros exorbitantes.Karvounis alertou que "a implementação do plano de recuperação econômica ditado pela UE e pelo FMI e aceita pelo país em 2010 é a condição para que a Grécia retorne aos mercados em 2012". As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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