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UE quer supervisionar 30 maiores empresas financeiras

Por Marcilio Souza
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Os líderes dos 27 países que integram a União Européia vão pedir amanhã a criação de um órgão supervisor para as 30 maiores companhias do mundo do setor financeiro. As autoridades começaram hoje uma reunião de dois dias para estudar medidas adicionais a serem tomadas para combater a crise financeira e vão concordar em expandir o plano de ação elaborado pelo Reino Unido e pelos 15 países da zona do euro para as demais nações do bloco. Os líderes também vão pedir a reforma do sistema de Bretton Woods, em vigor desde 1944. Os europeus querem promover uma reunião de líderes de todas as partes do mundo para colocar a idéia em andamento após as eleições presidenciais norte-americanas. "Eu propus um encontro de cúpula internacional até o final do ano, preferencialmente em Nova York, onde tudo começou", disse o presidente da França, Nicolas Sarkozy, em seu discurso de abertura. Ele acrescentou que quer ver a supervisão financeira estendida para os fundos de hedge e eliminar os centros financeiros offshore. Os líderes da UE disseram que um novo órgão internacional para supervisionar os principais bancos seria formado por representantes de agências reguladoras e países e centros financeiros importantes. Seu propósito seria melhorar a comunicação e os planos de resposta para as operações dos bancos em todo o mundo. Os líderes da UE também estão voltando sua atenção para o impacto da crise do crédito e dos fortes declínios dos preços das ações sobre a economia de maneira geral, embora tenha havido poucos pedidos para um pacote de estímulo fiscal que abranja o bloco inteiro. De acordo com um diplomata da UE, os líderes vão pedir uma ampla reforma da governança econômica e da supervisão das instituições financeiras globais. No alto de sua lista de prioridades estão relações mais próximas entre os supervisores nacionais responsáveis pelas atividades de grandes bancos e seguradoras, de forma que as autoridades tenham uma visão global sobre suas atividades. Alguns dos líderes europeus criticaram o modo como o governo norte-americano lidou com a crise. "A crise mostrou uma falta de liderança nos EUA", disse o ministro de Finanças da Holanda, Wouter Boss. Eles deverão endossar em princípio o plano de ação da zona do euro acordado no último domingo, de acordo com o rascunho de um comunicado obtido pela Dow Jones. "O Conselho Europeu recebeu bem o plano de ação concertada dos países da zona do euro de 12 de outubro, e endossa seus princípios", diz o rascunho. Os líderes também dão sinais crescentes de que terão uma abordagem mais dura com relação a seus bancos. O chanceler da Áustria, Alfred Gusenbauer, disse que o governo poderá nacionalizar os bancos do país à força como último recurso. "Se houver um perigo endêmico para a economia, essa seria uma medida de último recurso", disse ele. Gusenbauer também pediu um pacote de medidas para sustentar a economia de maneira geral, mas essa visão não parece ser compartilhada pela maioria dos demais líderes, que preferem tomar decisões sobre tributação e gastos em nível nacional. As informações são da Dow Jones.

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