23 de outubro de 2018 | 12h27
O vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, confirmou nesta terça-feira, 23, que o órgão Executivo pediu que a Itália reformule a sua proposta orçamentária para 2019 e a apresente em, no máximo, três semanas.
Segundo ele, é a primeira vez que uma solicitação desse tipo é feita a um país da zona do euro. "Mas não vemos alternativa a não ser requisitar que as autoridades italianas procedam assim."
Os esclarecimentos recebidos na última segunda-feira em carta enviada pelo ministro de Economia e das Finanças do país, Giovanni Tria, "não foram convincentes", disse Dombrovskis em entrevista coletiva após uma reunião do Colégio de Comissários.
O principal ponto de discórdia está no que é considerado um "desvio significativo" por Bruxelas em relação à recomendação feita em julho pelo Conselho Europeu de que a Itália promovesse no ano que vem um "aprimoramento estrutural", que pode ser lido como um enxugamento dos gastos, de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB).
A proposta orçamentária apresentada no último dia 15 por Roma, ao contrário, prevê uma "deterioração estrutural", ou seja, um aumento de gatos, na ordem de 0,8% do PIB.
"Para ser 'amplamente compatível' (com as regras europeias), a meta da Itália não pode desviar mais de 0,5 ponto porcentual" da recomendação do Conselho, explicou Dombrovskis.
Com a proposta atual (divulgada pelo governo italiano), esse desvio seria de 1,4 ponto porcentual, ou seja, uma "incompatibilidade particularmente séria".
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